A sexta-feira (19) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando novas movimentações negativas para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 63,32 e R$ 65,40 e acumularam desvalorização semanal de até 4%.
O vencimento março/24 foi cotado à R$ 65,40 com desvalorização de 1,95%, o maio/24 valeu US$ 65,10 com queda de 0,94%, o julho/24 foi negociado por R$ 64,81 com baixa de 0,64% e o setembro/24 teve valor de R$ 63,32 com perda de 0,67%.
No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro contabilizaram desvalorizações de 0,88% para o janeiro/24, de 4,04% para o março/24, de 2,75% para o maio/24, de 1,05% para o julho/24 e de 0,44% para o setembro/24, em relação ao fechamento da última sexta-feira (12).
O Analista da Céleres Consultoria, Enílson Nogueira, explicou que esse movimento vem de um cenário negativo para os preços agrícolas internacionalmente, de uma pressão de oferta com a colheita da safra de verão e da necessidade de produtores venderem milho estocado para abrir espaço para a soja.
Na visão do analista, este cenário deve permanecer no curto prazo, mantendo as cotações do milho pressionadas no Brasil pelas próximas semanas.
Já para o segundo semestre o quadro é outro. Nogueira destaca a projeção de uma safra de milho menor no Brasil, pelo menos entre 10 e 12 milhões de toneladas menor, e da manutenção das demandas aquecidas para o setor de proteínas animais, etanol de milho e exportação.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também recuou neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações apenas em Eldorado/MS e Porto de Santos/SP, enquanto as desvalorizações foram identificadas nas praças de Não-Me-Toque/RS, Nonoai/RS, Sorriso/MT, Dourados/MS, São Gabriel do Oeste/MS, Luís Eduardo Magalhães/BA e Campinas/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho apresentou uma semana de preços em queda nas principais praças de comercialização, revertendo totalmente a dinâmica de cotações firmes verificada no começo do ano.
“Os produtores seguiram ampliando as fixações de oferta do cereal, tanto da safra velha quanto da safra de verão já colhida em alguns estados, na tentativa de liberar espaços nos armazéns para estocar a soja. Já os consumidores estão recuados, entendendo que o mercado ainda deve apresentar cotações menores no curto prazo, o que limitou bastante o ritmo de comercialização do milho”, relata a consultoria.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro fecharam as atividades desta sexta-feira com movimentações levemente positivas na Bolsa de Chicago (CBOT), que não foram suficientes para aliviar uma semana que se encerra acumulando perdas.
O vencimento março/24 foi cotado à US$ 4,45 com valorização de 1,50 pontos, o maio/24 valeu US$ 4,56 com alta de 1,00 ponto, o julho/24 foi negociado por US$ 4,64 com elevação de 0,75 pontos e o setembro/24 teve valor de US$ 4,68 com ganho de 0,50 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (18) de 0,23% para o março/24, de 0,22% para o maio/24 e de 0,22% para o julho/24, além de estabilidade para o setembro/24.
No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano contabilizaram perdas de 0,45% para o março/24, de 0,65% para o maio/24, de 0,85% para o julho/24 e de 1,27% para o setembro/24, em relação ao fechamento da última sexta-feira (12).
Segundo informações da Agrinvest, o milho ensaiou uma recuperação nesta sexta-feira dado o cenário positivo das vendas semanais de exportação dos Estados Unidos animando o mercado.
“A pressão especulativa dominou os padrões comerciais no setor de commodities agrícolas esta semana, especialmente porque o mercado digeriu suprimentos acima do esperado de milho, soja e trigo nos relatórios do USDA da última sexta-feira e se preparou para colheitas de milho e soja maiores do que o esperado. do Brasil e da Argentina nos próximos meses, após chuvas e temperaturas benéficas na região”, pontua Jacqueline Holland, analista do site internacional Farm Futures.