Os preços do milho registraram mais um dia positivo no mercado futuro brasileiro nesta quinta-feira (10). Os futuros do cereal encerraram o dia subindo entre 0,4% e 0,8% entre os principais contratos negociados na B3, com o novembro valendo R$ 68,82 e o março com R$ 73,35 por saca.
As ofertas mais enxutas no mercado nacional continuam dando um suporte importante às cotações, as quais vão construindo uma trajetória importante de recuperação, uma vez que os volumes vão se mostrando cada vez mais escassos.
“No Brasil, as ofertas estão ‘secando’ e na Argentina estão ficando mais caras”, informa o time da Agrinvest Commodities.
E a consultoria acrescenta que o dólar forte é mais um fator de sustentação aos preços. Nesta quinta, apesar de fechar do lado negativo da tabela, a moeda americana encerrou o dia com estabilidade e valendo ainda R$ 5,59.
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Mais fatores que contribuem para o avanço dos preços do milho na B3 são ainda a boa demanda interna e as preocupações com o milho safrinha 2025. “O atraso na semeadura da soja pode estreitar a janela de plantio do milho segunda safra, aumentando os riscos agroclimáticos. A normalização das chuvas pode melhorar o potencial produtivo da soja, mas a colheita tardia impacta o milho”, afirmam os especialistas da Agrinvest.
As previsões indicam que as chuvas deverão ser melhores e mais abrangentes já nos próximos dias, em especial na segunda quinzena de outubro para o Brasil Central, permitindo uma boa arrancada da semeadura da oleaginosa. Todavia, a cada dia em que a soja não pode ser semeada, a janela de plantio fica ainda mais sacrificada.
Não sofre só a segunda safra de milho, como sofre também o algodão que vem na sequência da soja.
BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os futuros do cereal finalizaram a sessão desta quinta-feira com leves baixas de 1,75 a 2,25 pontos nas posições mais negociadas. O dezembro concluiu o dia com US$ 4,18 e o março com US$ 4,36 por bushel.
O milho, durante uma parte do pregão, sentiu o suporte do trigo e o acompanhou nas altas, porém, inverteu o sinal e fechou no vermelho junto da soja. além disso, fez alguns ajustes antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chega nesta sexta-feira (11).
“Por histórico, este relatório de outubro não tem um peso especulativo tão relevante para o mercado. A vasta maioria dos relatórios de outubro não trouxe grandes efeitos, um ou outro foi que trouxe uma mudança maior, como foi o caso do relatório de 2013 – trazendo um reajuste muito intenso da safra norte-americana – o de 2017 – que trouxe um corte muito abrupto na safra de milho segunda safra no Brasil, que reduziu bastante a capacidade de estoque mundial do milho naquele ano. Mas, na maior parte das vezes, esse relatório coloca pouca volatilidade no mercado”, explica Matheus Pereira, diretor da Pátria Agronegócios.
Há, todavia, um expectativas ainda positivas sobre os preços do milho, como explicam os analistas da Agrinvest, “com perspectivas positivas sobre a demanda por milho americano. O milho da América do Sul está caro e, no Brasil, além do encarecimento da originação, há pouca oferta e dificuldades com a logística”.
Esse cenário se choca ainda com a possibilidade de atraso na segunda safra de milho e, consequentemente, com o atraso da chegada das novas ofertas brasileiras, ampliando o espaço para o programa de exportação dos Estados Unidos.