A segunda-feira (08) chega ao final com os preços futuros do milho registrando leves movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 55,77 e R$ 65,22.
O vencimento julho/24 foi cotado à R$ 55,77 com queda de 0,27%, o setembro/24 valeu R$ 57,89 com alta de 0,07%, o novembro/24 foi negociado por R$ 61,80 com perda de 0,10% e o janeiro/25 teve valor de R$ 65,22 com baixa de 0,44%.
De acordo com a análise da Agrinvest, os futuros do milho operaram em baixa na B3 colocando o contrato setembro/24 abaixo dos R$ 57 a saca.
“A forte desvalorização do milho em Chicago associada a um dólar estável acabam contribuindo para este cenário. É bem provável que possamos ver remarcação dos preços do milho no físico ainda nesta semana, tanto pela quedo nos preços de paridade de exportação, como pela entrada da colheita do milho safrinha, aquecendo a oferta do cereal no mercado local”, apontam os analistas da Agrinvest.
Nesta segunda-feira (08), a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que o volume embarcado de milho não moído (exceto milho doce) alcançou 223.562,1 toneladas na primeira semana de julho. O volume representa apenas 5,28% do total exportado no mês de julho do ano passado, que ficou em 4.230.622,7 toneladas.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também registrou leves recuos neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorizações nas praças de Sorriso/MT e Rio Verde/GO.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que o movimento de queda nos preços do milho foi intensificado na primeira semana de julho.
“A pressão vem do aumento da oferta do cereal no spot, com o bom andamento da colheita de segunda safra, e das desvalorizações externas. Além disso, muitos consumidores brasileiros evitam adquirir grandes volumes, priorizando o recebimento de lotes negociados antecipadamente à espera de novas desvalorizações. Do lado dos vendedores, embora se mostrem mais flexíveis, uma parcela ainda aposta em recuperações nos preços, fundamentados, na menor produção nesta temporada e no clima desfavorável durante o desenvolvimento da atual safra, como as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca no Sudeste e em partes do Centro-Oeste”, relatam os pesquisadores do Cepea.
Mercado Externo
O pregão de segunda-feira também foi bastante negativo na Bolsa de Chicago (CBOT), com os preços internacionais do milho futuro derretendo até
O vencimento julho/24 foi cotado à US$ 3,95 com baixa de 15,50 pontos, o setembro/24 valeu US$ 3,93 com desvalorização de 17,25 pontos, o dezembro/24 foi negociado por US$ 4,07 com queda de 16,25 pontos e o março/25 teve valor de US$ 4,22 com perda de 15,50 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (05), de desvalorizações de 3,77% para o julho/24, de 4,20% para o setembro/24, de 3,83% para o dezembro/24 e de 3,54% para o março/25.
“O comércio de futuros começou a semana com perdas consideráveis no mercado de commodities. Muito disso foi técnico, com vários contratos atingindo novas mínimas históricas. O que o comércio percebe como condições favoráveis de crescimento nos Estados Unidos limitou o interesse de compra hoje, o que amplificou a pressão de venda do dia”, diz Karl Setzer, sócio da Consus Ag Consulting, conforme reportado pelo site internacional Successful Farming.
O Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca o papel das condições climáticas para as lavouras dos Estados Unidos como fatores de queda neste início de semana, além da pressão negativa vinda do setor de energias.
“O clima está bom, então ele tem aquela pressão. O pessoal está jogando pesado contra o milho hoje porque também o petróleo está em baixa e aí o etanol sofre”, diz.
Brandalizze ainda ressalta que os atuais patamares de preços estão muito baixos pensando no mercado dos EUA. “As posições que estão hoje está inviável para o produtor americano, está dando prejuízo”.
A análise da Agrinvest classificou as movimentações de hoje como renovando o menor patamar de preços para o milho em Chicago desde novembro de 2020, apontando alguns fatores que ajudaram nessas baixas.
“Clima benéfico nos EUA para os próximos dias que deve resultar na melhora das condições das lavouras, o programa de exportação de milho americano mais lento nas últimas semanas, estoques finais mais elevados, milho americano que não é mais competitivo e a forte queda do trigo”, relatam os analistas da Agrinvest.