Os futuros do açúcar finalizaram a sessão desta sexta-feira (23) com queda de mais de 1% nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado completa a terceira baixa na semana no terminal norte-americano com foco nas chuvas no Centro-Sul do Brasil. O financeiro também contribuiu para as baixas no dia.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 1,58%, cotado a 21,82 cents/lb, com máxima em 22,38 cents/lb e mínima de 21,74 cents/lb. No terminal de Londres, o primeiro contrato teve baixa de 1,23%, a US$ 612,10 a tonelada.
No acumulado da semana, os preços no terminal norte-americano tiveram queda de 0,75%.
O mercado do açúcar iniciou o dia em alta técnica ante as perdas da véspera, mas passou a cair forte nesta tarde de sexta-feira e finalizou o dia no vermelho com atenção para os dados do financeiro. Além disso, as chuvas que caem na principal região produtora do Brasil também impactaram nas cotações.
“Os revendedores disseram que ainda há preocupações com as condições de seca no Centro-Sul do Brasil, apesar das chuvas recentes”, destacou a agência de notícias Reuters. Depois de recorde na safra 2023/24, que ainda está em andamento, a moagem em 2024/25 deve ser menor, segundo operadores.
No financeiro, o petróleo perdia quase 3% nesta finalização de sexta-feira, o que influencia diretamente na decisão das usinas sobre o mix de produção e tende a impactar nos preços. O dólar operava em alta sobre o real nesta reta final de semana, o que também tende a impactar os preços.
Uma moeda estrangeira forte tende a encorajar as exportações e pesa nas commodities.
A safra aquém do esperado nas origens asiáticas também segue sendo monitorada pelos operadores de mercado.
Na próxima safra da Índia (2024/25), a partir de 1º de outubro, o país anunciou que irá elevar em 8% o preço mínimo da cana-de-açúcar. O segundo maior produtor global tenta aumentar a produção e agradar os agricultores antes das eleições gerais no final deste ano.
MERCADO INTERNO
A baixa prevaleceu no mercado spot do açúcar nesta semana, apesar de alta na véspera. O cenário de liquidez ainda é baixo no país. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 145,25 a saca de 50 kg com valorização de 0,16%.
Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 153,61 – estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 23,97 c/lb com alta de 0,09%.