As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quarta-feira (06) com alta expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado teve suporte das preocupações com a oferta diante de dados sobre o Brasil e a Índia.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve valorização de 2,78%, cotado a 21,45 cents/lb, com máxima em 21,68 cents/lb e mínima de 20,72 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato saltou 2,81%, a US$ 611,00 a tonelada.
O mercado do açúcar trabalhou em alta durante a maior parte desta quarta-feira acompanhando dados sobre a safra 2024/25 do Centro-Sul do Brasil e da Índia, além de acompanhar as oscilações do financeiro, com petróleo e câmbio.
Em evento de abertura de safra, a consultoria Datagro trouxe previsão de moagem de cana no Centro-Sul do país em 592 milhões de t, uma queda de 9,8% ante o recorde do ciclo anterior, com chuvas abaixo da média nos principais estados.
“Nenhum Estado terá chuvas acima do normal (nos próximos três meses)”, afirmou o presidente da Datagro, Plinio Nastari.
A produção de açúcar na nova safra é estimada em 40,5 milhões de t, com uma queda de queda 4,8% ante 2023/24. A fabricação de etanol deverá cair 9,3%, totalizando 30,42 bilhões de litros, incluindo o milho.
Por outro lado, a safra 2023/24 de cana-de-açúcar se aproxima do fim e vai confirmando o otimismo, segundo estimativas de entidades e consultorias verificadas pelo Notícias Agrícolas.
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Informações da Índia também tiveram impacto aos preços no dia. O plantio de cana-de-açúcar nos estados de Maharashtra e Karnataka, no Oeste do país, deverá cair na temporada 2024/25 a partir de 1º de outubro, disse um órgão do setor.
No financeiro, os preços também tiveram suporte no dia da disparada do petróleo no cenário internacional, o que impacta diretamente na decisão sobre o mix. Além disso, o dólar trabalhava em queda sobre o real, o que encoraja as exportações.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no interno têm recuado neste início de março. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP), apesar da menor oferta, a baixa demanda mantém a pressão sobre os valores domésticos.
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 142,21 a saca de 50 kg com desvalorização de 0,51%.
Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 162,42 – estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 21,92 c/lb com valorização de 1,30%.