As cotações futuras do açúcar encerram a semana com fortes perdas nas bolsas de Nova York e Londres nesta sexta-feira (1º). A pressão acompanha melhores expectativas com a safra das origens asiáticas, além de foco na demanda pelo adoçante.
Apesar disso, permanecem os indicativos de uma oferta mais apertada no próximo ciclo.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 2,77%, cotado a 21,09 cents/lb, com máxima em 21,88 cents/lb e mínima de 20,96 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato caiu 2,03%, a US$ 602,60 a tonelada.
Depois de oscilar dos dois lados da tabela, a queda nos preços do açúcar foi consolidada nesta tarde. A trading de commodities Wilmar reportou nesta sexta que as safras de Índia e Tailândia devem ser melhores que o esperado.
“A safra da Tailândia está muito melhor do que o esperado”, afirmou à Reuters Karim Salamon, chefe de análise de açúcar da Wilmar. A produção de açúcar no país pode ficar entre 8,5 e 9 milhões de toneladas, mais de 1 milhão acima que as estimativas.
Além disso, a safra da Índia, segunda maior produtora global do adoçante, pode ficar acima de 32,5 milhões de toneladas e, muito provavelmente, acima de 33 milhões de toneladas, quase a mesma do ano passado, de acordo com o analista.
A Wilmar espera a nova afra do Brasil entre 42,5 milhões e 44,5 milhões de toneladas de açúcar. “A indústria brasileira (de açúcar) está no caminho certo para bater um novo recorde de cristalização”, disse Salamon para a agência de notícias.
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Além de expectativas de uma safra maior, os operadores também têm se preocupado com a demanda. “Os negociantes disseram que pareciam ter um apetite limitado para receber açúcar, reforçando as preocupações sobre a fraca procura”, disse a Reuters.
Por outro lado, durante a semana, a Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês), elevou sua estimativa de déficit global de açúcar para 689 mil toneladas, ante estimativa anterior de 335 mil toneladas.
No financeiro, os preços do adoçante tiveram alguma limitação da queda acompanhando a disparada de mais de 2% do petróleo, o que impacta diretamente na decisão sobre o mix. Além disso, o dólar trabalhava em queda sobre o real.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no spot têm trabalhado sem tendência claro neste início de ano. A liquidez tem sido baixa. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 145,23 a saca de 50 kg com desvalorização de 0,89%.
Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 157,50 – estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 23,70 c/lb com queda de 5,92%.