SÃO PAULO (Reuters) – A safra de soja brasileira foi estimada em 144,59 milhões de toneladas no ciclo 2023/24, redução de 870 mil toneladas na comparação com a previsão anterior, de acordo com estimativa da consultoria AgResource, que passou a considerar perdas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
A AgResource estimou perdas de 1,325 milhão de toneladas de soja relacionadas às enchentes no Rio Grande do Sul, uma vez que havia ainda uma parcela das lavouras nos campos, que não tinham sido colhidas antes das inundações.
A redução na estimativa da safra nacional é menor do que o total de perdas para o Rio Grande do Sul porque a consultoria revisou para cima a projeção de área plantada no país, explicou o diretor-geral da AgResource Brasil, Raphael Mandarino.
Ele ponderou que este é um número preliminar para a produção gaúcha, uma vez que a contabilização de perdas pode demorar até semanas.
Segundo dados da Emater, órgão de assistência técnica gaúcho, o Estado havia feito a colheita em cerca de 75% das áreas plantadas antes das inundações.
Conforme Mandarino, a projeção de perdas foi feita “só em cima das áreas que ainda estavam a colher”.
“Por isso afirmamos que podem ser maiores ainda”, acrescentou ele.
No momento, a produção de soja do Rio Grande do Sul está estimada em 20,1 milhões de toneladas, segundo dados a AgResource, o que ainda deixa o Estado como o segundo produtor de soja do Brasil, atrás apenas do Mato Grosso.
Antes das enchentes, os gaúchos caminhavam para uma colheita recorde de quase 22 milhões de toneladas, segundo dados da estatal Conab.
A consultoria também estimou uma redução de cerca de 830 mil toneladas na safra de milho do Rio Grande do Sul, para 4,4 milhões de toneladas. O Estado, que não faz segunda safra, é o maior produtor do cereal no verão do Brasil.
O Brasil, contudo, produz a maior parte do seu milho na segunda safra, que responde por cerca de 75% da produção nacional.
A AgResource agora estima a safra total de milho do Brasil em 113 milhões de toneladas, redução de 0,95% na comparação com a previsão anterior.
(Por Roberto Samora e Marta Nogueira)