Atenção produtor de café: É hora de aproveitar bom momento na relação de troca e garantir a safra 25

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Apesar da volatilidade, o mercado de café tem preços firmes. A oferta restrita do robusta por parte da Ásia continua dando suporte de valorização para os preços e o momento atual pede atenção do produtor não apenas para realizar travas no mercado futuro, mas principalmente para aproveitar a relação de troca que continua favorável. 

De acordo com dados do Radar Agro, do Itaú BBA, desde o início de 2024 os valores estão favoráveis para a produtor, com os preços das matérias-primas andando de lado, favorecendo a troca, principalmente para o MAP e KCL, onde o mercado apresenta fundamentos mais estáveis. 

César de Castro Alves, consultor de agronegócio do Itaú BBA, explica que o produtor agora precisa estar focado em evitar riscos futuros e garantir bons negócios para os insumos da próxima safra. 

No caso do MAP, o produtor hoje precisa disponibilizar 2.2 sacas de café por tonelada, o volume fica abaixo do mínimo já registrado na média histórica. O KLC o volume é ainda mais baixo de 1.4 sacas de café/tonelada. A ureia também fica abaixo da média histórica com 1.3 sacas de café por tonelada.

César ressalta que é importante que o produtor realize as travas agora porque tanto o mercado de café, como o de fertilizantes podem sofrer alterações no médio prazo. No caso do café, o início da safra brasileira pode pressionar os preços, mas segundo o analistas, o mercado não deve devolver completamente o ganho dos últimos meses porque ainda há uma incerteza em relação à oferta mundial do produto. 

Ainda assim, baixas podem acontecer principalmente se o La Niña se configurar e favorecer a condição de chuvas para as principais áreas de produção de robusta da Ásia. 

“Apesar da expectativa de crescimento da produção brasileira de conilon neste ano, a demanda externa pelo grão brasileiro tem se mostrado sólida, devendo absorver bem o aumento da oferta. O preço do produto nacional tem se mantido competitivo em dólares relativamente ao Vietnã, onde não deve haver aumento de produção, com o preço, consequentemente, podendo se sustentar”, afirma. 

Já para o mercado de fertilizantes, a procura dos produtores americanos e até mesmo do Brasil no segundo semestre pode pressionar as cotações no médio prazo. 

Relaçãodetroca

EXPECTATIVA DA PRODUÇÃO BRASILEIRA 

Para a safra que deve iniciar nos próximos meses, o Itaú BBA traz a perspectiva de que a produção será mais positiva que em 2023. O relatório acrescenta que após um período de floração mais complicado, as principais áreas de árabica do Brasil voltaram a registrar melhora nas condições das lavouras. 

“Com isso, acreditamos que a safra total de arábica será um pouco superior à do ano passado, embora abaixo do recorde de 2020. Além disso, do lado do conilon, os ventos são favoráveis e a previsão também é de expansão da produção”, afirma. 

A consultoria estima o ciclo 2024/25 em 46,2 milhões de sacas de arábica e 23,1 milhões de sacas para o conilon. O volume representa alta de 3% para o arábica e alta de 8% para o conilon em comparação com o ciclo anterior. 

“Para os demais países produtores, esperamos estabilidade da produção 2024/25, salvo para a Indonésia, que deve se recuperar um pouco na medida em que os efeitos do El Niño se dissiparem”, afirma. 

 

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