Por Roberto Samora e Letícia Fucuchima
SÃO PAULO (Reuters) -A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2023/2024 alcançou 713,2 milhões de toneladas, marcando um novo recorde do setor, principalmente por ganhos de produtividade, disse nesta quinta-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), consolidando números enquanto a nova safra (2024/25) está sendo processada.
No levantamento, o órgão elevou sua previsão para a safra frente às 677,6 milhões de toneladas estimadas em novembro do ano passado.
Em 2023/24, foi a primeira vez que o Brasil, maior produtor e exportador de açúcar do mundo, teve uma colheita de cana acima de 700 milhões de toneladas, superando um recorde que já durava oito anos, estabelecido em 2015/16 (665,6 milhões de toneladas).
A produção de cana-de-açúcar avançou 16,8% em relação à safra passada, favorecida pelas condições climáticas e os investimentos do setor. A produtividade média do canavial foi de 85,58 kg/hectare (+16,2%), enquanto a área plantada aumentou apenas 0,5%, para 8,3 milhão de hectares.
Já a produção de açúcar do Brasil foi estimada em recorde de 45,68 milhões de toneladas em 2023/24, contra 46,88 milhões de toneladas da previsão anterior. Houve um aumento de 24,1% na comparação com a temporada 2022/23, pelo avanço da colheita e também com maior destinação de cana para a fabricação do adoçante, mais rentável que o etanol.
Com a alta na produção, o Brasil exportou 35,2 milhões de toneladas de açúcar na safra 2023/24 (abril a março), aumento de 26,8% na comparação com o do ciclo anterior, segundo dados do governo.
“Este valor recorde se dá principalmente em virtude de menores embarques de importantes produtores como Índia e Paquistão, que sofreram com problemas climáticos, o que aliado ao cenário de aumento nas cotações internacionais, beneficiou o mercado de países como o Brasil e Tailândia”, disse a Conab.
ETANOL
No caso do etanol, somando o produto da cana e do milho, a produção nacional foi estimada em 35,61 bilhões de litros em 2023/24, ante 34,05 bilhões projetados anteriormente, o que levou a um crescimento de 15% ante a safra passada.
Além do aumento da safra, há uma crescente produção de etanol proveniente do milho, “que neste ciclo continuou demonstrando incremento e ajudou a alavancar a quantidade total de etanol obtida.
A fabricação de etanol de milho cresceu 33,1%, chegando 5,9 bilhões de litros. A região Centro-Oeste, especialmente em Mato Grosso, é a grande produtora, porém já há registro de produção do biocombustível do cereal em Estados como Alagoas e Paraná, destacou a Conab.
(Por Letícia Fucuchima e Roberto SamoraEdição de Pedro Fonseca)