Café: Dinâmica dos preços em meio a números mistos do USDA para as safras do Vietnã e do Brasil

Atualmente, há três desenvolvimentos-chave no radar: a safra 24/25 do Vietnã, a colheita 24/25 do Brasil e as estimativas iniciais de safra 24/25 do USDA.
 
No Vietnã, as chuvas permanecem abaixo da média, com a umidade do solo se recuperando ligeiramente em maio, resultando em uma projeção de -1,05% na variação dos rendimentos, sugerindo 27,45 milhões de sacas para 24/25, próximo das 27,7 milhões de sacas de 23/24.
 
A colheita de arábica no Brasil está 23% concluída, correspondendo à média de cinco anos, e a colheita de conilon está em 42% (vs. 41% da média). O USDA revisou a produção do Vietnã em 23/24 para 29,1 milhões de sacas e espera 29,0 milhões para 24/25, enquanto a previsão para 24/25 do Brasil é de 69,9 milhões de sacas.
 
No geral, o USDA revisou para baixo a produção de 23/24 em alguns países, mas espera uma recuperação em 24/25. A situação no Vietnã e no Brasil permanece incerta, com indicadores não especialmente otimistas em termos de fundamentos, embora fatores macroeconômicos tenham influenciado os preços no final da semana.

Atualmente, o mercado está acompanhando três pontos principais em termos de fundamentos: o desenvolvimento da safra 24/25 do Vietnã, a colheita da safra 24/25 do Brasil e a visão inicial das estimativas de safra 24/25 do USDA. A Hedgepoint Global Markets aborda, em relatório, as estimativas para as safras e a dinâmica de preços no mercado internacional de café.

“Começando pelo primeiro ponto, os níveis de chuva no Planalto Central do Vietnã permanecem abaixo da média, apesar do aumento visto em maio. Atualmente, a precipitação acumulada está em 72% dos níveis médios esperados para a primeira semana de junho. Durante o mês de maio, a umidade do solo na região também se recuperou, mas permaneceu abaixo da média.

Executando o modelo que correlaciona os níveis de chuva e a variação anual da produtividade, a projeção mudou desde abril – anteriormente, o modelo sugeria uma variação de -2% na produtividade. Atualmente, o modelo sugere uma variação de -1,05%. Em números, isso sugere uma produção total de 27,45M scs, contra 27,18M scs vistas em abril”, afirma Natália Gandolphi, analista de Café da Hedgepoint.

Consequentemente, a recuperação ajudou a sustentar os níveis de produção para a safra 24/25 no Vietnã – no entanto, não o suficiente para mostrar um aumento em relação aos números da safra 23/24, que foram de 27,7M scs.

“Em segundo lugar, a colheita no Brasil também avançou. Atualmente, o Safras & Mercado relata que 23% da colheita de arábica está completa, em linha com a média de cinco anos (20%). O conilon mostra uma tendência semelhante (42% vs. 41% da média histórica)”, diz.

De acordo com Natália, apesar do aumento no ritmo da colheita, o tamanho da peneira não melhorou significativamente em comparação com o início dos trabalhos – o que levanta a possibilidade de uma redução na produção. “Ainda assim, com a colheita total em 21%, é cedo para determinar o tamanho da potencial redução”, observa.

“Esses dois fatos, tanto no Vietnã quanto no Brasil, contrastam com as estimativas preliminares do USDA para a safra 24/25 em ambos os países. A agência revisou a produção do Vietnã na safra 23/24 de 27,5M scs para 29,1M em seus novos relatórios, e aponta para uma redução negligenciável em 24/25: 29,0M scs. Quanto ao Brasil, a agência não alterou sua estimativa para 23/24 e sugere um acréscimo de 3,6M scs em 24/25, especialmente para o arábica – alcançando 69,9M scs”, destaca.

No total, com os dados de outros países, a produção da América Latina foi revisada para cima em 1,58M scs, e mostra um aumento de 2,7M scs em 24/25 em comparação com os números consolidados anteriormente, e um acréscimo de 4,3M scs considerando os novos relatórios.

Considerando os países asiáticos, o subtotal para 23/24 foi revisado para baixo, em 340 mil sacas, com uma variação em 24/25 em relação às cifras consolidadas anteriormente de 2,72M scs, e +3M scs considerando os novos resultados.

“No total, os novos números do USDA para as safras 23/24 e 24/25 sugerem que o balanço será mais apertado em 23/24, com uma redução total de 1,9M scs para os países divulgados até agora”, pontua.

Por outro lado, a agência espera um acréscimo de 7,3M scs para 24/25, quando comparado aos novos resultados, ou, 5,44M scs em comparação com as cifras consolidadas anteriormente para 23/24.

Em resumo, no geral, as novas estimativas do USDA para as safras 23/24 e 24/25 sugerem que o balanço será mais apertado em 23/24, com uma redução total de 1,9 milhões de sacas para os países divulgados até agora. Por outro lado, a agência espera um acréscimo de 7,3 milhões de sacas para 24/25, quando comparado aos novos resultados, ou 5,44 milhões de sacas em comparação com as cifras consolidadas anteriormente para 23/24.

Apesar dessa perspectiva mais positiva do USDA, especialmente em relação às cifras do Vietnã e do Brasil, a curva de spread tem uma inclinação mais acentuada para contratos de longo prazo em comparação com os de curto prazo.

Embora seja cedo para determinar o impacto real em ambas as safras, já que o desenvolvimento ainda está em andamento no Vietnã e a colheita está em progresso no Brasil, os indicadores não são especialmente otimistas.

Por outro lado, os preços estão sujeitos a flutuações macroeconômicas: dados do mercado de trabalho dos EUA anularam o aumento semanal de preços no fechamento do dia 07/06, mostrando resultados de folhas de pagamento mais altos do que o esperado.

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