SÃO PAULO (Reuters) – A ferrovia que leva grãos até o porto de Rio Grande foi afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul e não está operando, o que traz desafios para a operação da importante unidade portuária, afirmou a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), nesta terça-feira, à Reuters.
O porto, quarto maior exportador de soja do Brasil no ano passado, tem utilizado grãos estocados antes da chuvas, além do produto que chega ao local por rotas rodoviárias alternativas.
Segundo a Anec, devido a bloqueios das principais vias até o porto de Rio Grande, caminhões com grãos precisaram percorrer 400 km a mais, elevando o custo do frete rodoviário.
A Anec comentou que o funcionamento do porto não foi afetado até o momento, mas a situação gera preocupação.
“Frente às dificuldades de acesso ao porto, o aumento do trajeto em 400 km representa um custo adicional aos fretes, mas é uma medida necessária para manter a continuidade das operações”, disse a Anec.
A operação de “top-off”, para complementar cargas de soja provenientes da Argentina, permanece apesar dos desafios, disse a associação.
Segundo a agência marítima Cargonave, as chegadas de grãos ao porto de Rio Grande foram reduzidas nos últimos dias pelas enchentes que bloqueiam acessos.
A Cargonave acrescentou que os terminais têm utilizado também grãos disponíveis nos armazéns.
Procurada, a concessionária de ferrovias Rumo não comentou o assunto.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt) afirmou na véspera que havia 63 bloqueios de ferrovias gaúchas.
(Por Roberto Samora)