SÃO PAULO (Reuters) – A colheita de milho do Paraná atingiu 13% da área total cultivada no Estado, avanço de seis pontos percentuais na comparação com a semana anterior, e segue bem à frente do índice registrado nos últimos anos nesta época, segundo números do Departamento de Economia Rural (Deral) publicados nesta terça-feira.
O especialista do Deral Edmar Gervásio afirmou que o percentual apurado é um dos maiores para esta época, após o milho ter sido plantado antecipadamente e o tempo seco estimulado o amadurecimento precoce das lavouras, ainda que com redução das produtividades.
“Neste ritmo devemos fechar o mês de junho com mais de um terço colhido, o maior volume da história para a segunda safra de milho (nesta época)”, disse Gervásio.
Mas, ao final da safra, a colheita deverá ser menor do que o projetado, por conta de questões climáticas.
“As lavouras ainda a colher mantêm condições de campo estáveis comparado aos últimos 15 dias, isso pode indicar que as perdas de produção tendem a ser amenizadas”, afirmou ele, acrescentando que, ainda assim, a estimativa de produção de 13,2 milhões de toneladas deverá ser revisada para baixo no levantamento do final do mês.
A colheita de milho está concentrada na região oeste e centro-oeste do Estado, um dos maiores produtores do cereal do Brasil. “Estas duas regiões juntas têm 50% da área total plantada, que equivale a 1,2 milhão de hectares”, notou.
Em Mato Grosso, maior produtor brasileiro, a colheita também está em ritmo acelerado, apontou o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) na última sexta-feira.
Com a colheita acelerada, os preços estão em baixa no Brasil, assinalou o Centro de Estudos avançados em Economia Aplicada (Cepea). No acumulado do mês, o recuo é de quase 2%, para 58,22 reais/saca, segundo indicador do centro de estudos da Esalq/USP para a região de Campinas (SP).
O Deral apontou ainda que 82% da área prevista para o trigo na safra atual já está semeada, e que as condições estão boas para 83% do total cultivado.
(Por Roberto Samora)