O aumento das chuvas em janeiro trouxe a expectativa de recuperação para algumas lavouras nos estados centrais do Brasil. Para o Paraná, o risco de redução na produtividade aumentou, diante do menor volume de chuvas.
No mês de dezembro, os maiores acumulados de chuva se concentraram sobre o oeste do país, com volumes que ultrapassaram 200 mm, contribuindo para a melhora da umidade do solo nessas áreas.
Em grande parte do Matopiba, menores acumulados de chuvas foram observados em dezembro, mantendo os níveis de umidade do solo ainda baixos. Janeiro começou bem melhor para as chuvas na região Centro-Norte do Brasil, com acumulados mais bem distribuídos e maiores volumes para o Mato Grosso e Matopiba.
A umidade do solo aumentou, mas veio tarde demais para evitar a quebra da safra no Mato Grosso. Para o Matopiba, o retorno das chuvas favoreceu a finalização do plantio e o desenvolvimento inicial das plantas.
A melhora da condição de algumas áreas na parte central do Brasil está associada ao aumento da umidade do solo nos estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Entretanto, a seca observada nos meses de novembro e dezembro da atual safra limitará a recuperação da produtividade das lavouras. Sendo assim, a produtividade para esses estados também deve ficar abaixo da tendência para a safra atual.
Até meados de dezembro, as chuvas no estado do Paraná apresentaram acumulados acima da média para o período. Porém, em janeiro, as precipitações ficaram abaixo da média, o que pode resultar em alguma redução para o potencial produtivo das lavouras do estado.
Modelos apontam padrão climático favorável para a América do Sul
Os mapas de previsão mostram um padrão de chuvas mais concentradas no Centro-Norte do país nos próximos dias, o que vem acontecendo desde o início do ano. As temperaturas seguirão elevadas em praticamente todo Brasil.
O clima na Argentina será mais quente e seco nos próximos dias, entretanto, isso não deve afetar a condição das lavouras. Nos próximos 14 dias, os maiores acumulados de chuva devem se concentrar, num primeiro momento, nos estados do Centro-Oeste e em partes do Matopiba, com acumulados que devem atingir 100 mm em sete dias.
Depois, na primeira semana de fevereiro, a chuva deve acontecer em maiores volumes também nos estados do Sudeste e Sul do Brasil, com chuvas que devem ficar dentro da média para o período.
O padrão observado nos últimos meses tende a se repetir em fevereiro, com temperaturas que devem ficar entre dentro a acima da média em todo o país. Apesar de os modelos projetarem um El Niño perdendo força nos próximos meses, o fenômeno seguirá influenciando as temperaturas durante todo o verão do hemisfério Sul.
Diante das boas reservas hídricas no solo, o período mais seco previsto para a Argentina, que deve durar aproximadamente 10 dias, não resultará em prejuízos às lavouras neste momento, até porque as projeções indicam o retorno das chuvas para o país após esse período, com a tendência de que fevereiro seja mais um mês de precipitações acima da média para a Argentina.