Há pouco mais de um mês do início da safra 2024 de café arábica, a Cooxupé atualizou na manhã desta quinta-feira (21), durante a Femagri, os números esperados para a safra atual.
Esperando por um tímido crescimento em comparação com o ciclo de 2023, a cooperativa estima receber 7 milhões de sacas, alta de 7,7%. Deste montante, 5,5 milhõe seriam de cooperados e o restante de terceiros. De acordo com a cooperativa, o terceiro levantamento será realizado em maio pelos técnicos da Cooxupé.
Os dados foram divulgados por Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé, que acrescentou que no Cerrado Mineiro a tendência é de uma produção mais baixa que no período anterior, enquanto Sul de Minas Gerais e Matas de Minas devem ter leve acréscimo. São Paulo deve ter uma produção próxima ao do ano passado.
O momento atual é considerado positivo para o produtor de café. Nova York opera com preços atrativos, inclusive para relação de troca e o clima também ajuda para a reta final de desenvolvimento dos frutos.
Com relação aos números de comercialização, a Cooxupé afirma que o produtor está mais participativo e 82% da safra 23 já foi comercializada e aproximadamente 18% da safra 24 já foi vendida.
“O café de US$ 200 paga a conta. Daqui 30 dias começa a safra a colheita do café. Nós sabemos, por exemplo, que o produtor de soja tomou decisão errada e agora está pagando a conta. O produtor de café precisa olhar para o mercado quando ele quer comprar e menos quando precisa vender”, afirmou Osvaldo Bachião Filho, vice-presidente da Cooxupé.
Com relação à volatilidade dos preços e o mercado internacional, Luís Fernando Reis – gerente comercial, afirma que a tendência é da permanência da instabilidade. “A dinâmica de mercado é diferente, mas a gente entende que a pressão pode vir e o produtor precisa estar preparado para isso”, complementa.
O Brasil, exportou bons volumes de café nos primeiros meses de 2023, mas Luís Fernando pontua que os impasses logísticos persistem, sobretudo na infraestrutura nos portos do país.Um levantamente recente apontou atraso em 75% dos navios no Porto de Santos, além dos problemas geopolíticos que afetam a logística global.
“Os estoques nos destinos são os mais baixos da história, tem que olhar todo os cenários. É muito preocupante porque tem torrador com estoques baixos – seja por juros altos ou pela logística, está sem café”, afirma.