No dia 12 de abril, às 8h, uma farinhada no município de Sangão, no Sul Catarinense, dá início à safra 2024 da mandioca em Santa Catarina. Este evento valoriza e promove a produção da hortaliça no Estado, que está presente em aproximadamente 38 mil propriedades rurais e ocupa mais de 12,5 mil hectares em SC.
A farinhada acontece no Engenho da Rocha Alimentos. Em seguida, a programação segue no Centro de Eventos do município, onde terá palestras, concurso de pratos à base de mandioca, café e almoço com alimentos derivados da hortaliça. A participação no evento é gratuita, mas os interessados devem se inscrever antecipadamente nos escritórios da Epagri.
A abertura da colheita da mandioca e a primeira farinhada do ano em Santa Catarina são uma realização da prefeitura de Sangão e da Epagri, com apoio da Associação das Indústrias da Mandioca de Santa Catarina (AIMSC) e parceiros. O evento acontece como parte da programação da 1ª Festa da Cultura de Sangão.
SC, berço da industrialização da mandioca
Darlan Rodrigo Marchesi, coordenador do Programa Olericultura da Epagri, observa que a mandioca é o mais brasileiro dos alimentos, cultivada em todo o país. “Porém, o estado catarinense é considerado o berço da industrialização. Este reconhecimento se deve aos avanços promovidos pelos imigrantes nas técnicas de produção de farinhas em engenhos, que resultaram na melhoria da qualidade e da diversidade do produto. Atualmente, 60% da produção catarinense é destinada à indústria”, diz ele.
O cultivo e o processamento da mandioca-indústria são desenvolvidos pelo trabalho familiar e estão concentrados nas regiões do Sul Catarinense, do Vale e Alto Vale do Itajaí e em alguns municípios da Grande Florianópolis. O Litoral se destaca e os municípios de maior produção são Sangão, Jaguaruna, Araranguá, Sombrio e São João do Sul. As agroindústrias são de diferentes portes e produzem farinhas, fécula, polvilho azedo e seus derivados. Esses alimentos abastecem o Estado, mas também são destinados ao mercado nacional e até à exportação.
Segundo Darlan, a evolução do setor é contínua. “As famílias estão cada vez mais incorporando melhorias no processo produtivo, como o Sistema Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), uso de boas práticas de produção, adoção de tecnologias inovadoras como variedades melhoradas pela Epagri, que respondem por mais de dois terços da área cultivada. Esse trabalho envolve a Epagri, as prefeituras, as associações de agricultores e a indústria da mandioca em ações de assistência técnica, extensão rural e pesquisa agropecuária”, salienta.
Safra será 30% menor que em 2023
De acordo com dados da Epagri levantados juntos aos produtores, a expectativa deste ano é colher cerca de 201 mil toneladas de mandioca para indústria e mesa em Santa Catarina, 30% menos que na safra de 2023. Segundo Darlan, a queda na produção foi ocasionada pelas chuvas que ocorreram no final de 2023 e início de 2024. “As maiores perdas foram da mandioca cultivada de um ano e meio, que apodreceram devido ao encharcamento das áreas. Nas lavouras cultivadas de um ano, as perdas foram menores e há expectativa que ela recupere até a plena colheita, que segue até agosto”, diz ele.
Darlan explica que se não fossem as chuvas intensas, a expectativa para este ano era de um rendimento 25% superior a 2023, devido à melhoria na qualidade das ramas, uso de variedades recomendadas pela Epagri e do SPDH aplicado à mandioca.
Serviço
O quê: Abertura estadual da safra da mandioca e primeira farinhada de 2024
Quando: sexta-feira, 12 de abril, às 8h
Onde: Engenho da Rocha Alimentos e Módulo Esportivo de Sangão
Mais informações e entrevistas: Lilian Gonçalves dos Santos, extensionista rural da Epagri em Sangão, (48) 3631-9335, ou Darlan Rodrigo Marchesi, Coordenador do Programa Olericultura da Epagri, (48) 3403-1070.