A Aprosoja MS divulgou seu Boletim Semanal da Casa Rural, indicando novos reportes sobre as lavouras do estado. De acordo com o levantamento, entre janeiro e setembro, equipe de campo do Projeto de Sistemas de Informações Geográficas do Agronegócio de MS (SIGA MS) coletou amostras em campo para acompanhar a safra de milho do estado.
Os dados oficiais da Aprosoja MS apontam para o plantio de 2.102.296,62 hectares de milho na segunda safra 2023/24, com uma produtividade média de 67,05 sacas por hectare, resultando na produção total de 8.457.539,32 toneladas.
A expectativa inicial da entidade era semeadura de uma área de 2,218 milhões de hectares, representando uma retração de 5,8% em comparação com a safra 2022/2023, que foi de 2,355 milhões de hectares. A estimativa de produtividade era de 86,3 sc/ha, uma redução de 14,3%, resultando em uma produção total de 11,485 milhões de toneladas, o que representa uma retração de 19,2%.
“As médias ponderadas de produtividade por região foram as seguintes: 110,64 sc/ha na região norte, que representa aproximadamente 10,6% da área monitorada pelo projeto; 67,3 sc/ha na região central, que corresponde a cerca de 20,9% da área acompanhada pelo SIGA-MS; e 60,22 sc/ha na região sul, que abrange aproximadamente 68,5% da área de cultivo monitorada pelo projeto”, detalha a Aprosoja.
O levantamento da produtividade de milho foi realizado entre os dias 3 de junho e 13 de setembro de 2024, completando 14 semanas de acompanhamento, que permitiu obter uma amostragem significativa de 984 propriedades, em 1,068 milhão de hectares, tendo em vista os diferentes níveis de produtividade relacionados à época de plantio.
Essa amostragem de produtividade resultou na terceira pior produtividade dos últimos 10 anos no Mato Grosso do Sul. “A queda de potencial foi causada pelo estresse hídrico nas principais regiões produtoras do estado, como o centro e o sul, que juntas representam 89,4% da área de milho na 2ª safra. Nessas regiões, houve municípios que produziram entre 0 e 86,9 sc/ha. Ao analisar os municípios dessas áreas, observa-se que o tamanho da área influencia negativamente a produtividade. Municípios-chave como Dourados e Ponta Porã, que representam 8% da área cada um, apresentaram uma média entre 57 e 62,1 sc/ha”.
Os técnicos da Aprosoja MS também destacam que “o estresse hídrico iniciou antes do fechamento do dossel da lavoura em V4 e se prolongou até o estádio de grão pastoso R4, atuando praticamente durante toda a safra. A condição adversa afetou uma área total de 825 mil hectares no estado de Mato Grosso do Sul”.
Com base nos dados do CEMTEC, o estado de Mato Grosso do Sul enfrentou um período prolongado de estiagem durante este ciclo. O mês de janeiro teve entre 20 e 31 dias sem chuvas significativas, maio teve entre 25 e 31 dias sem chuvas, junho entre 25 e 30 dias sem chuvas e julho entre 25 e 30 dias sem chuvas significativas.
“Somando esses períodos, temos um total de aproximadamente 95 a 122 dias sem chuvas significativas em várias regiões do estado ao longo desses meses. Esse período prolongado de estiagem teve um impacto considerável nas condições das lavouras, contribuindo para a redução da produtividade e da produção total esperada”.