A segunda-feira (15) chegou ao final com os preços futuros do milho recuando na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 56,49 e R$ 65,17.
O vencimento julho/24 foi cotado à R$ 56,49 com alta de 0,43%, o setembro/24 valeu R$ 57,75 com queda de 0,94%, o novembro/24 foi negociado por R$ 61,40 com baixa de 0,84% e o janeiro/25 teve valor de R$ 65,17 com perda de 0,73%.
De acordo com a análise da Agrinvest, a derrocada do milho em Chicago pressiona os futuros do cereal na B3.
“Os preços do milho na exportação continuam recuando nos portos brasileiros, assim como os preços da soja. Mesmo assim, olhando para a relação soja-milho, o produtor deve continuar ofertando soja e evitando a comercialização do milho, aguardando preços mais atrativos”, dizem os analistas da Agrinvest.
A consultoria ainda acrescenta que “a entrada da produção da safrinha e o fraco ritmo das nomeações na exportação seguem mantendo o mercado cada vez mais favorável para o comprador doméstico”.
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que o volume embarcado de milho não moído (exceto milho doce) alcançou 848,558,6 toneladas até a segunda semana de julho. O volume representa apenas 20% do total exportado no mês de julho do ano passado, que ficou em 4.230.622,7 toneladas.
A média diária de embarques nestes 10 primeiros dias de julho/24 ficou em 84.855,9 toneladas, representando queda de 57,9% com relação a média diária embarcadas de julho do ano anterior, em ficou em 201.458,2 toneladas.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um primeiro dia da semana de alguns altos e baixos. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorizações em Maracaju/MS e Campo Grande/MS, enquanto as valorizações apareceram nas praças de Sorriso/MT, Jataí/GO e Rio Verde/GO.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que as cotações do milho seguem em queda na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea, sobretudo nas do Centro-Oeste, onde a oferta de segunda safra está maior, devido à intensificação da colheita.
“Além disso, estimativas divulgadas na última semana apontando reajustes positivos na produção também influenciaram as desvalorizações internas. Mesmo com as baixas de preços, os compradores estão afastados do spot nacional, à espera de recuos maiores. Já vendedores se mostram mais ativos no mercado”, dizem os pesquisadores do Cepea.
Ainda segundo pesquisadores, o clima segue no radar de agricultores brasileiros, com chuvas limitando o avanço da colheita em partes do Sul e Sudeste, e o tempo seco podendo reduzir a produtividade no Centro-Oeste.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT) a segunda-feira foi de desvalorizações para os preços internacionais do milho futuro, que caíram acima dos dois dígitos neste primeiro pregão da semana.
O vencimento setembro/24 foi cotado à US$ 3,90 com desvalorização de 11,50 pontos, o dezembro/24 valeu US$ 4,04 com perda de 10,50 pontos, o março/25 foi negociado por US$ 4,17 com baixa de 10,25 pontos e o maio/25 teve valor de US$ 4,27 com queda de 10,25 pontos.
Esses índices representaram recuos, com relação ao fechamento da última sexta-feira (12), de 2,86% para o setembro/24, de 2,53% para o dezembro/24, de 2,39% para o março/25 e de 2,34% para o maio/25.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, o mercado parece estar focado nas chuvas que ocorrerão na próxima semana no Cinturão do Milho Oriental.
Conforme reportado pelo site internacional Successful Farming, Al Kluis, diretor administrativo da Kluis Commodity Advisors, diz que “as classificações de safras de milho e soja dos Estados Unidos provavelmente aumentarão esta semana. A semana passada foi boa para as safras. Chuva no Cinturão do Milho oriental e condições mais secas no Cinturão do Milho ocidental são uma combinação positiva para as safras de milho e soja.”
Outro fator de baixa para o milho de Chicago nesta segunda-feira foi o trigo, que voltou a operar próximo das mínimas de quatro anos, conforme aponta a consultoria Agrinvest.
“A Rússia está dando andamento a sua colheita 24/25 e parece que a quebra de produção de trigo não foi tão forte quanto o mercado esperava. Tanto que nos últimos dias, o trigo russo caiu fortemente na exportação, voltando a ficar mais competitivo em relação aos demais players. Com a pressão de baixa sobre o trigo e a soja, os futuros do milho são puxados para baixo no pregão de hoje”.