Milho sofre queda de 8% na produção da segunda safra no Paraná

A produção do milho na segunda safra 2023/24 deve ter uma redução no Paraná. A expectativa atual é que sejam produzidas 13,5 milhões de toneladas nesta safra em uma área de 2,4 milhões de hectares, uma perda de 8% no volume comparativamente à expectativa inicial de produção, de 14,7 milhões de toneladas.

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), o cenário ainda é desafiador para a safra. No campo, 10% das lavouras estão em condições ruins, 21% em condição mediana e 69% em condição boa. As informações constam no relatório da Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada na quinta-feira (25). “A colheita ainda não teve início e mais perdas podem ser registradas, a depender das condições climáticas”, ressalta o analista do Deral, Edmar Gervásio.

Fotos: Jaelson Lucas/AEN

Segundo ele, os preços estão estáveis com relação ao mês anterior, em parte reflexo de uma produção menor não somente no Paraná, mas no País como um todo.

Soja

A colheita dos 5,76 milhões de hectares de soja está praticamente encerrada e a expectativa é de que sejam produzidas 18,3 milhões de toneladas, 3,5 milhões de toneladas a menos do que o previsto nas estimativas iniciais.

Trigo

Estima-se uma retração de 19% na área de trigo colhida em relação a 2023, passando de 1,41 milhão de hectares para 1,14 milhão de hectares. A revisão com números similares, mas ainda menores, acontece em um momento de preços em torno de R$ 65 na cotação do dia 24 de abril, uma pequena valorização em relação ao último dia útil de março, quando a saca era cotada em torno de R$ 64. “Os preços internos tiveram pouca influência da valorização das cotações internacionais observada na última semana e do dólar mais valorizado no último mês e, consequentemente, não atingiram um patamar suficiente para reanimar e mudar o posicionamento dos produtores de trigo”, diz o engenheiro agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho.

Da área projetada, 5% já está semeada e os trabalhos ocorreram em boas condições. A semeadura continuará a ocorrer na neutralidade do Oceano Pacífico, mas durante o desenvolvimento da cultura é provável a volta do La Niña. Nesse caso aumenta o risco de seca e geada e diminui o risco de chuvas na colheita. Se o Estado sair ileso da transição entre os fenômenos, a produção de trigo pode superar a do ano anterior, com as produtividades compensando a redução de área.

Atualmente, projeta-se uma safra de 3,8 milhões de toneladas para 2024, 4% superior às 3,6 milhões de toneladas obtidas em 2023.

Com as novas revisões, a expectativa é de que o Paraná produza, no total, aproximadamente 40,38 milhões de toneladas de grãos na safra 2023/24.

Feijão

Com 9% da área da segunda safra de feijão colhida e 35% das lavouras a campo já em maturação, o Deral estima uma produção recorde dessa cultura no Paraná.

Apesar dos temores dos produtores de feijão pelas lavouras mais tardias, especialmente em função da qualidade, o volume esperado é de 774 mil toneladas em uma área recorde de 402 mil hectares, 36% superior à da segunda safra 2022/2023. De acordo com os técnicos, a colheita está ocorrendo bem e as últimas chuvas melhoraram o aspecto das lavouras. “É uma produção recorde para a segunda safra e, que se confirmada, deve ser uma das maiores produções de feijão do Estado”, explica Marcelo Garrido, chefe do Deral.

Olericultura

De acordo com o Deral, 93% da área de 10,7 mil hectares da segunda safra de batata está plantada, e a colheita chegou a 26% nesta semana. A produção estimada é de 334,5 mil toneladas, 1,2% menor que a média prevista no início do ciclo, segundo o engenheiro agrônomo Paulo Andrade. No atacado, a saca de 25kg da batata comum especial lavada foi cotada a R$ 100,00, uma queda de 16,7% em uma quinzena.

O tomate da primeira safra teve a área total reavaliada para 2,5 mil hectares, principalmente por conta da revisão de 75 hectares na região de Londrina. Estima-se que sejam produzidas 145,6 mil toneladas. Na segunda safra, no último mês, houve uma evolução de 8% na área plantada e de 22% na área colhida. Devem ser produzidas 106,2 mil toneladas em 1,6 mil hectares. Quanto aos preços no atacado, a caixa de 20kg do tomate longa vida teve preço arrefecido em 18,8% no mesmo período.

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