Problemas na safrinha já refletem nos preços e milho fecha 2ªfeira em alta de quase 2% na B3

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A segunda-feira (25) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 60,84 e R$ 64,10, após subirem quase 2%. 

O vencimento maio/24 foi cotado à R$ 61,30 com valorização de 1,93%, o julho/24 valeu R$ 60,84 com ganho de 1,25%, o setembro/24 foi negociado por R$ 61,95 com alta de 1,13% e o novembro/24 teve valor de R$ 64,10 com alta de 0,88%. 

Na visão de Vlamir Brandalizze, Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, neste momento a oferta de milho começa a diminuir no mercado interno e começam a ver que já teve problemas para a safrinha. 

“Nas últimas duas ou três semanas pode ter perdido umas 5 milhões de toneladas, pegando só o Paraná já deu umas 2 milhões de perdas no potencial produtivo. Mato Grosso também tem perdas importantes e com isso o produtor não está vendendo futuros, com a preocupação se vai colher ou não”, relata Brandalizze.  

A Agrinvest também destacou que essa valorização veio apesar de um câmbio enfraquecido e Chicago sem força para subir nesta segunda-feira. “O mercado está de olho nas condições climáticas para o milho safrinha nos próximos meses”. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve mais movimentações positivas do que negativas neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorização apenas em Sorriso/MT, enquanto as valorizações apareceram em Londrina/PR, Pato Branco/PR, São Gabriel do Oeste/MS e Campinas/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira 

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, diante do menor interesse de compradores, os preços do milho voltaram a cair na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea.  

“No estado de São Paulo, pesquisadores do Cepea indicam que demandantes se mostram abastecidos, recebendo volumes do Centro-Oeste, e sem necessidade de comprar grandes quantidades no spot no curto prazo. O movimento de baixa, contudo, foi limitado pela retração de muitos vendedores, que preferem armazenar o milho em detrimento de negociá-lo no spot”.  

Pesquisadores do Cepea ressaltam que “o setor nacional de milho está atento também ao clima na Argentina e nos Estados Unidos. Na Argentina, a escassez hídrica no principal período de desenvolvendo do grão e, mais recentemente, o excesso de chuva em áreas prontas para a colheita levaram a Bolsa de Cereales a reajustar negativamente as estimativas de produção de milho no país, no entanto, a produção atual ainda deve ser 58,8% superior à safra passada. Já nos Estados Unidos, é o baixo índice pluviométrico que segue preocupando os agentes, visto que produtores norte-americanos se preparam para iniciar a semeadura da safra 2024/25”.   

Mercado Externo 

Os preços internacionais do milho futuro tiveram um primeiro dia da semana de movimentações próximas da estabilidade e encerraram o pregão na Bolsa de Chicago (CBOT) com leves perdas. 

O vencimento maio/24 foi cotado à US$ 4,37 com desvalorização de 1,50 pontos, o julho/24 valeu US$ 4,51 com perda de 0,75 pontos, o setembro/24 foi negociado por US$ 4,61 com baixa de 0,75 pontos e o dezembro/24 teve valor de US$ 4,74 com queda de 0,50 pontos. 

Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (22), de 0,46% para o maio/24, de 0,22% para o julho/23 e de 0,21% para o dezembro/24, além de estabilidade para o setembro/24. 

Segundo informações da Agrinvest, houve poucas novidades para os cereais no pregão desta segunda-feira, com o mercado já se preparando para a divulgação dos estoques trimestrais e intenção de plantio do produtor dos Estados Unidos que serão divulgados na próxima quinta-feira (28) pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). 

Analista da Royal Rural, Naiara Amaro, aponta que o milho enfrenta desafios, com pressões resultantes das estimativas de aumento nos estoques e na área de plantio, com previsões de estoques de milho em 8,445 bilhões de bushels, acima do mesmo período do ano passado, e intenções de plantio estimadas entre 90 milhões de acres e 93,8 milhões de acres. 

“Apesar das incertezas gerais, a pressão sobre o milho sugere uma dinâmica desafiadora para essa commodities nos próximos períodos”, destaca Amaro. 

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