Por Marcelo Teixeira
(Reuters) – A Raízen, maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, espera moer de 82 milhões a 85 milhões de toneladas métricas de cana no ano-safra iniciado em abril, praticamente sem alterações em relação à última temporada, apesar do clima menos favorável.
A companhia fechou a safra 2023/24 (abril/março) com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladas, alta de 15% na comparação com o temporada anterior.
Os executivos da empresa disseram a analistas e repórteres nesta terça-feira que os volumes de moagem de cana permanecerão estáveis, apesar do clima mais seco na região centro-sul do Brasil, porque a Raízen tem feito investimentos para melhorar os rendimentos agrícolas.
Na segunda-feira, a Raízen registrou um lucro menor do que o esperado para a temporada 2023/24, principalmente devido ao impacto de menos créditos fiscais, mas também por causa dos preços mais baixos do etanol no país.
As ações da Raízen, cujos principais acionistas são o conglomerado brasileiro Cosan e a Shell, operavam perto de uma estabilidade no meio da tarde.
Os estoques de etanol da Raízen no final da safra 2023/24 aumentaram 76% em relação ao ano anterior, para 526 milhões de litros, enquanto seus estoques de açúcar tiveram alta de 91%, para 525.000 toneladas.
Os estoques de etanol aumentaram porque a Raízen adiou as vendas para obter melhores preços no final da safra, enquanto os estoques de açúcar cresceram sob sua “estratégia de alocação de mercado”, disse a empresa.
O CEO da Raízen, Ricardo Mussa, disse que a empresa continua otimista com relação aos preços do açúcar, mesmo com a queda dos futuros do açúcar bruto na ICE nesta semana, atingindo o menor valor em 18 meses.
Ele disse que a proporção de estoques globais em relação ao uso, uma medida da disponibilidade de oferta, permanece historicamente baixa para o açúcar, à medida que a demanda cresce e o mercado depende cada vez mais do Brasil para a oferta, que diminuirá na nova temporada.
A Raízen não forneceu previsões para sua produção de açúcar em 2024/25. Ela produziu 5,83 milhões de toneladas em 2023/24, 22% a mais do que na safra anterior.
(Reportagem de Marcelo Teixeira em Nova York)