Nesta terça-feira (02) foi realizado o fechamento oficial do Rally da Safra 2024 com olhar para a segunda safra de milho no Brasil. Os dados da Agroconsult apontam uma safra de 100,5 milhões de toneladas, uma produção maior do que as 96,7 milhões esperadas inicialmente, mas 9,9% inferior as 111,5 milhões de toneladas do ciclo 22/23.
Na visão do Analista de Mercado da Agroconsult, André Debastiani, essa safra foi marcada pela incerteza de clima, área e produção, desde o planejamento da temporada ainda ao longo de 2023.
“Desde o ano passado esperávamos uma safra bastante difícil. Até mesmo na área, escutávamos produtores falando de redução de 10, 20% e isso acabou não acontecendo, também se beneficiando de uma boa janela de plantio e com condições de semeadura muito boas”, aponta Debastiani.
A equipe do Rally da Safra apontou uma área total semeada de 16,7 milhões de hectares, um patamar que é maior do que a estimativa inicial de 16,3 milhões, mas menor do que os 17,5 milhões de hectares registrados na safra de 2023.
Debastiani aponta que a safra começou bem positiva e com boas condições, inclusive com Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná tiveram o melhor calendário de plantio desde a safra 2018/19.
“O mês de abril representou boas chuvas, especialmente no Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí e Tocantins. Por outro lado, faltou precipitação no Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais”, destaca.
Os destaques positivos desta safra de milho foram Mato Grosso, que teve produtividade média de 118,2 sacas por hectare com redução de apenas 1,6% ante a temporada recorde de 120,1 sc/ha em 22/23, e Goiás que teve média de 119,4 sc/ha com um patamar 1,9% maior do que o recorde de 2023 de 117,2 sc/ha.
Por outro lado, Mato Grosso do Sul deve ter média de produtividade de 72,6 sc/ha, índice 25,5% menor do que as 97,5 sc/ha de 2023, com destaque para uma “variabilidade imensa no estado, comparando região norte e sul”, opina Debastiani.
No Paraná, a média deve ficar em 91,4 sc/ha, patamar 6,7% menor do que as 97,5 sc/ha da safra passada. “A região norte teve condição pior devido ao plantio mais tardio. No oeste as condições também foram extremas, mas o plantio antecipado garantiu ter mais potencial produtivo”, diz o analista.
No olhar nacional, a produtividade do milho 23/24 ficou pontuado em 100,6 sacas por hectare, um ídice maior do que as 98,8 sc/ha esperadas em maio/24, mas 5,2% menor do que as 106,1 sc/ha contabilizadas em 22/23.