A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de março na região Centro-Sul totalizou 15,81 milhões de toneladas. Nesse mesmo período, no ano anterior, a quantidade processada foi de 13,86 milhões de toneladas, um avanço de 14,1%.
Nos primeiros 15 dias de abril, 111 iniciaram as suas atividades, totalizando 171 unidades produtoras operando na região Centro-Sul, contra 166 unidades produtoras em mesmo período da safra 2023/2024. Segundo o diretor de Inteligência Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues, “a previsão é de que 54 unidades produtoras reiniciem as atividades durante a segunda quinzena de abril, mas esse cronograma de retorno das usinas pode sofrer alterações a depender das condições climáticas de cada região canavieira”.
A qualidade da matéria-prima colhida na primeira metade de abril, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou mínima redução de 0,04% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, atingindo 107,93 kg de ATR por tonelada.
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na primeira quinzena de abril totalizou 709,51 mil toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 2023/2024 de 541,75 mil toneladas, representa um aumento de 30,97%.
Na primeira metade de abril, 840,73 milhões de litros (+7,20%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 693,43 milhões de litros (+39,36%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 147,30 milhões de litros (-48,61%).
Do total de etanol na primeira quinzena da safra que se inicia, 32% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 270,50 milhões de litros neste ano, contra 239,49 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2023/2024 – aumento de 12,95%.
Vendas de etanol
Na primeira quinzena da safra 2024/2025, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 1,35 bilhão de litros no mercado doméstico, registrando um aumento de 41,93% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024. Do total vendido internamente, as vendas de etanol hidratado totalizaram 902,35 milhões de litros – variação positiva de 61,59% em relação ao ano passado, e as saídas de etanol anidro alcançaram 448,43 milhões de litros – aumento de 14,02%.
“As vendas de etanol hidratado no mercado interno continuam em ritmo aquecido, posicionando o mercado em nível muito superior àquele observado no início da safra 2023/2024 quando a atratividade econômica do etanol era reduzida na comparação com aquela registrada nesse ano”, explicou Rodrigues.
Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicam que na última semana, de 14/04 a 20/04, o biocombustível segue economicamente muito vantajoso aos consumidores em 80% do mercado de combustíveis leves. A paridade média no Brasil atingiu 65,7%, muito aquém da relação técnica de referência de 73%.
Segundo o executivo da UNICA, “dos 456 municípios com preços apurados pela ANP na última quinzena, 332 deles apresentaram preço do etanol abaixo da paridade técnica com a gasolina. Nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul todos os municípios amostrados pela agência registraram preço do etanol economicamente vantajoso em relação a gasolina, reforçando a expectativa de manutenção do consumo aquecido do biocombustível”.
“Só nessa entressafra, a presença do etanol e dos veículos flex-fuel garantiram uma economia próxima a R$ 3,5 bilhões aos consumidores nos gastos com combustíveis”, acrescentou Rodrigues.
O volume de etanol exportado pelas unidades produtoras na primeira quinzena de abril alcançou 52,10 milhões de litros (-6,26%), sendo 1,01 milhão de litros de etanol anidro (-93,8%) e 51,09 milhões de litros de etanol hidratado (+30,5%).
Ao todo, as empresas venderam 1,40 bilhão de litros na primeira quinzena da safra 2024/2025 (+39,28%), sendo 449,44 milhões de litros de etanol anidro (+9,70%) e 953,45 milhões de litros de etanol hidratado (+59,55%).
Mercado de CBios
Dados da B3, até o dia 25 de abril, indicam a emissão de 13,27 milhões de créditos em 2024 pelos produtores de biocombustíveis. A quantidade de CBios disponíveis para negociação, em posse da parte obrigada, não obrigados e dos emissores, totaliza quase 20 milhões de créditos de descarbonização.
“O setor continua empenhado no processo de descarbonização da matriz. Somando a quantidade de CBios disponíveis para comercialização e os créditos já aposentados para cumprimento da meta de 2024, temos cerca de 60% dos títulos necessários para o cumprimento da meta de 2024 já na primeira quinzena de safra”, destacou o diretor da UNICA.