A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) começou, na terça (27), os encontros regionais para levantar as principais demandas do setor agropecuário para o Plano Agrícola e Pecuário 2024/2025.
A primeira reunião, para discutir as propostas da região Sul, foi realizada na sede da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), em Curitiba, e contou com a presença de representantes de todas as federações da região, sindicatos rurais, produtores, associações e entidades setoriais.
As principais demandas discutidas pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram as ferramentas de gestão de riscos, como os programa de subvenção ao prêmio do seguro rural (PSR) e de garantia da atividade agropecuária (Proagro), principalmente em razão dos recentes problemas climáticos.
Na abertura do encontro, o presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Meneguette, afirmou que o trabalho de reunir as propostas é fundamental para os produtores da região e os representantes das entidades setoriais, pois é importante que eles sejam ouvidos sobre as necessidades para a próxima temporada.
“Sabemos dos problemas enfrentados na atual safra, como falta de recurso para o seguro rural e juros altos para a tomada de crédito, e é isso, entre outros pontos, que vamos encaminhar como propostas para colaborar com um Plano Safra mais assertivo”, destacou o presidente.
De acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA, Guilherme Rios, em 2023, o orçamento inicial para a subvenção do seguro rural era de R$ 1,06 bilhão, mas foi reduzido para R$ 933 milhões, permitindo a cobertura de apenas 6,25 milhões de hectares.
“Todos os anos a CNA propõe o aumento de recursos para o seguro, com o objetivo de garantir a cobertura de um maior número de áreas agricultáveis e proteger os produtores dos prejuízos provocados pelo clima. Em 2023, solicitamos um orçamento de R$ 2 bilhões e em 2024 vamos sugerir R$ 3 bilhões”, disse.
Guilherme Rios explicou que o fenômeno El Niño, por exemplo, que gerou diversos impactos em todo o Brasil, vai se estender até o mês de abril. O La Niña deve surgir em seguida, com efeito reverso. “Sem o seguro rural, os produtores rurais terão sérios problemas, então precisamos aprimorar esse instrumento e pleitear mais recursos”.
O assessor técnico afirmou que a construção da proposta ao longo da reunião é fundamental para mensurar a necessidade específica de cada uma das regiões. “A CNA, junto com a FPA, trabalha para que não haja o contingenciamento dos recursos anunciados e que estejam disponíveis ao longo de toda a safra. Isso é o mínimo para garantir o financiamento anual da produção agropecuária brasileira”.
Os encontros serão realizados em todas as regiões, com o objetivo de ouvir as principais demandas dos produtores para a próxima safra, que começa em julho. As propostas serão consolidadas em um documento que será entregue ao governo federal como contribuição para elaboração do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2024/2025.
A próxima reunião será realizada na quarta (6), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (Faperon), em Porto Velho, e reunirá as federações, produtores e sindicatos dos estados da região Norte.