O governador do Rio Grande do Sul confirmou o rompimento da barragem Usina Hidrelétrica 14 de Julho, localizada em Cotiporã, na Serra Gaúcha, a cerca de 170 quilômetros de Porto Alegre. O estado está em alerta há alguns dias devido as fortes chuvas que atingem a região e ontem teve estado de calamidade decretado pelo Governo.
De acordo com informações publicadas nas redes de Eduardo Leite, todo o trabalho possível foi realizado para evitar mais transtornos, mas o rompimento foi confirmado no início da tarde desta quinta-feira (2). O governador descarta a possibilidade de um efeito enxurrada, mas novos problemas não estão descartados devido ao nível do rio Taquari. A evacuação do local está sendo realizada desde ontem na região.
“Infelizmente as condições climáticas não têm permitido que a gente acesse com helicóptero essa localidade. É uma situação dramática que nós vivemos no Rio Grande do Sul, absolutamente expecional, pior do que qualquer quadro e é preciso que todos se coloquem em segurança”, disse.
Em nota, Ceran (Companhia Energética Rio das Antas) informou que detectou o rompimento por volta das 13h40 desta quinta-feira. Veja a nota na íntegra:
A Ceran (Companhia Energética Rio das Antas) informa que detectou às 13h40, do dia 2 de maio, o rompimento parcial do trecho direito da barragem da Usina 14 de Julho, devido ao contínuo aumento da vazão do Rio das Antas e das fortes chuvas que atingem o estado do Rio Grande do Sul desde terça-feira (30). A Defesa Civil foi comunicada do ocorrido para tomadas de ações adicionais.
O Plano de Ação de Emergência foi colocado em prática no dia 1 de maio, às 13h50, em coordenação com as Defesas Civis da região, com acionamento de sirenes de evacuação da área, para que a população local pudesse ser retirada com antecedência e em segurança.
As barragens de Monte Claro e Castro Alves encontram-se em estado de Atenção e seguem sendo monitoradas.
A Ceran segue em contato com as autoridades competentes e ressalta o cuidado com as pessoas. A empresa pede a todos que se informem através dos seus meios de comunicação oficiais.
SEM TRÉGUA NAS CHUVAS
Com mais de 10 mortes contabilizadas, mais de 20 desaparecidos, muitos desabrigados e mais de 130 municípios atingidos pelas chuvas, o Rio Grande do Sul continua em alerta vermelho já que os modelos meteorológicos mantêm a previsão de mais chuva para os próximos dias.
Até o momento, as áreas mais afetadas foram Serra e Metropolitana de Porto Alegre, Vales, e região Central. Os eventos meteorológicos ocasionaram “danos humanos, com a perda de vidas, e danos materiais e ambientais, com a destruição de moradias, estradas e pontes, assim como o comprometimento do funcionamento de instituições públicas locais e regionais e a interdição de vias públicas”, descreve o decreto assinado pelo governador Eduardo Leite.
Os modelos mostram que o cenário continuará crítico até sexta-feira (3). O Inmet, inclusive, estendeu o alerta até as 12h da sexta-feira. A tendência é que as chuvas comecem perder a intensidade no final de semana, mas devido o excesso, rios cheios e solo encharcado aumentam os riscos de novos problemas no período.
Veja a previsão de chuvas para o Sul do Brasil nos próximos dias: