Soja fecha o dia nos US$ 12 em Chicago e preços nos portos do Brasil testam melhores níveis desde início da colheita

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O mercado testou e bateu o martelo nos US$ 12,00 por bushel para os futuros da soja na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (12). Os contratos julho e agosto terminaram o dia com, respectivamente, US$ 12,06 e US$ 12,02 por bushel, subindo 16,75 pontos. Nas máximas do dia, os contratos foram a US$ 12,09 e US$ 12,04. O julho refere-se à entressafra americana e é um termômetro importante para as cotações. Já o maio/24, referência para a safra brasileira, encerrou o dia com US$ 11,94 por bushel e alta de 16,75 pontos. 

Segundo afirma o time da Agrinvest Commodities, as boas altas estão atreladas ao novo corte feito pela Conab em sua projeção para a safra 2023/24 de soja do Brasil. Do boletim de fevereiro para março, o número da companhia caiu de 149 para 146,8 milhões de toneladas. 

“Com uma colheita que atingiu, no início de março, 47,9% da área semeada, a soja pode registrar uma produção de 146,9 milhões de toneladas, redução de 5% sobre a safra anterior. De acordo com o documento, a queda verificada se deve às baixas precipitações e às temperaturas acima do normal nas principais regiões produtoras. No entanto, em locais em que o grão foi semeado mais tardiamente as precipitações têm favorecido o desenvolvimento das lavouras”, informa a Conab nesta terça-feira.

O mercado vinha esperando por novas notícias e o corte da Conab na safra brasileira foi combustível para dar, inclusive aos fundos, espaço para uma retomada, com a recompra de algumas posições. 

Apesar da boa notícia, o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, afirma que o movimento exige atenção e cautela. “É preciso pensar do lado técnico. O mercado testou e conseguiu ir aos US$ 12,00 no julho, mas, ao mesmo tempo, está vendo que não tem força para continuar naquele patamar”, diz. “E esse é um leve viés de alta, e o mercado vai continaur tentando quebrar esses US$ 12 e ir acima. Precisa de mais informações para isso, mas está muito mais perto dos US$ 12,00 do que dos US$ 11,50. Então, a notícia é de que hoje o dia foi positivo e é uma boa notícia para o produtor porque melhorou também o mercado de lotes”, explica. 

MERCADO BRASILEIRO

As boas altas de Chicago ajudaram a amenizar o recuo do dólar frente ao real nesta terça-feira, o que contribuiu para preços melhores no mercado brasileiro. “O mercado andou e está rodando. O produtor tem reclamado do valor nominal da soja que ele está vendo, mesmo que tenha subido em relação aos últimos dias, mas alguns insumos estão com a relação de troca boa, então o produtor está coerente, ele não está deixando o cavalinho encilhado dos insumos passar”, afirma Brandalizze.

No mercado de balcão, os preços testaram até R$ 1,00 a mais por saca em relação aos níveis praticados no dia anterior e na manhã desta terça-feira, em praticamente todas as principais regiões produtoras do país. No mercado de lotes, os indicativos melhoraram e testaram os melhores níveis dos últimos meses, desde que foi iniciada a colheita, com algo como R$ 125,00 por saca no spot curto no porto de Paranaguá, Santos e Rio Grande, registrando preços até R$ 1,50 mais elevados. 

Para junho, as referências bateram entre R$ 127,00 e R$ 128,00 por saca no porto de Rio Grande; Paranaguá com R$ 128,00; julho batendo, pela primeira vez nos R$ 130,00; julho com agosto podendo chegar aos R$ 131,00. 

“Esta é a primeira vez que o comprador chegou, efetivamente, aos R$ 130,00 na safra, na posição do meio do ano. Isso já é reflexo do Chicago que subiu hoje e do prêmio que melhorou em relação às últimas semanas”, relata o consultor. E os prêmios variam de de 45 centavos de dólar negativos nos primeiros contratos, mas já trazendo valores positivos a partir dos meses de julho e agosto. 

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