Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago perdem mais de 2% na tarde desta terça-feira (13), intensificando as baixas registradas mais cedo e dando continuidade ao forte recuo já observado no pregão anterior. O mercado continua refletindo as perspectivas de uma robusta safra vinda dos Estados Unidos na temporada 2024/25.
“Futuros operam em desvalorização pela sexta sessão consecutiva, com a alta na projeção de produção dos EUA e a manutenção da qualidade das lavouras de soja a 68%, fortalecendo a pressão sobre a CBOT”, traz o informe diário da Pátria Agronegócios. Em seu boletim mensal de oferta e demanda de agosto, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisou para cima, nesta segunda-feira (12), produtividade, áreas plantada e colhida, produção e estoques finais norte-americanos.
A nova safra dos EUA saltou, nas estimativas da instituição, de 120,9 para 124,7 milhões de toneladas, provocando uma pressão ainda mais agressiva sobre as cotações. Os estoques finais do país deverão superar 15 milhões de toneladas, contra o número de pouco mais de 11 milhões do reporte de julho.
O que traz um ligeiro equilíbrio ao mercado é, de um lado, a revisão para cima das exportações norte-americanas – que poderiam superar levemente as 50 milhões de toneladas – em seu relatório, bem como as vendas recentes que vêm sendo informadas pelo USDA nos últimos dias. Hoje, foram 132 mil toneladas anunciadas para a China.
Todavia, no acumulado do ano comercial 2024/25, o total de soja já comprometido pelos EUA ainda é lento e, como explica a Agrinvest Commodities, “devem começar com o menor percentual comprometido da história para um início de temporada”. Mais do que isso, a consultoria complementa dizendo que “o recado do USDA é claro: o produtor precisa acelerar sua comercialização, mesmo os preços fortemente pressionados, ou então, o programa precisará ser revisto para baixo nos próximos relatórios. Ambos os cenários são negativos para a soja”.
Entre os derivados, as baixas também são bastante intensas. Os futuros do óleo perdem mais de 2,5% e os de farelo, mais de 1,3%, ambos sentindo a pressão – entre outros fatores – do fim da greve das processadoras na Argentina.