Embora operando com estabilidade e tímidas oscilações, o mercado da soja voltou a recuar na Bolsa de Chicago na tarde desta terça-feira (16). Perto de 14h40 (horário de Brasília), os principais contratos perdiam entre 0,25 e 1,25 ponto, com o março valendo US$ 12,24 e o maio, US$ 12,35 por bushel. O mercado do grão vinha subindo lentamente, acompanhando o farelo, que sobe mais de 1%, levando o primeiro contrato a US$ 367,40 por tonelada curta.
“Os contratos passam por um ajuste técnico, já que estavam sobrevendidos”, explica o time da Agrinvest Commodities. Mais do que isso, ainda de acordo com a análise da consultoria, parte do suporte vem também das expectativas de uma quebra maior do que o esperado para a safra brasileira. “As primeira lavouras colhidas têm apresentado rendimentos muito abaixo do esperado”.
A Aprosoja Brasil, no início desta semana, trouxe sua nova estimativa para a safra 2023/24 apontando um número de 135 milhões de toneladas. O número é menor do que o de todas as consultorias privadas – inlcuindo as que já fizeram cortes mais agressivos – e a nota oficial da associação expõe sua preocupação com os prejuízos decorrentes da instabilidade climática em todas as regiões do país.
“Com base nos dados coletados pelas 15 Aprosojas Estaduais, a safra 2023/2024 já chega a 135 milhões de toneladas, no máximo, números bem abaixo do que tem sido divulgado por instituições e empresas públicas e privadas do Brasil e do exterior.
Esses dados levam em consideração o estresse hídrico a que foram submetidos os estados do Centro-Oeste, como Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, e o excesso de chuvas em áreas desses mesmos estados, dificultando o trabalho de colheita dos grãos e levando prejuízos ainda maiores aos produtores” diz a Aprosoja Brasil.
A semana começa para o mercado futuro norte-americano ainda de olho nos últimos números que trouxe o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na semana passada, bem como no clima da América do Sul – para a conclusão da safra do Brasil e desenvolvimento da safra da Argentina.
Do mesmo modo, atenções ainda sobre o comportamento da demanda. As expectativas do mercado são de que a China siga comprando, porém, de forma muito cadenciada e paulatina, sem causar grande impacto – neste caso positivo – sobre os preços dos grãos, em especial da soja.