SÃO PAULO (Reuters) – A safra de soja do Brasil em 2024/25 foi estimada nesta segunda-feira em recorde de 165,04 milhões de toneladas, de acordo com avaliação da consultoria StoneX, que manteve a projeção divulgada no mês anterior apesar de um tempo seco que deve dificultar o início do plantio no país, maior produtor e exportador da oleaginosa.
O volume estimado para a nova safra, cujo plantio normalmente começa em setembro após a chegada das primeiras chuvas, aumentaria em 10,8% na comparação com o ciclo anterior, graças a uma recuperação das produtividades após problemas climáticos na temporada passada.
“Para alcançar esse potencial, o clima precisa ficar dentro da normalidade”, ponderou a especialista de inteligência de mercado do grupo, Ana Luiza Lodi, em nota.
A StoneX alertou que, atualmente, um padrão de seca predomina em grande parte da região produtora, com as previsões indicando chuvas muito localizadas nas próximas duas semanas.
“Assim, mesmo com algumas regiões terminando o vazio sanitário (contra a ferrugem da soja) antes da metade de setembro, vai ser difícil aproveitar essa janela antecipada diante das condições de seca”, disse a consultoria.
O aumento esperado na área plantada ficou abaixo de 1%, num cenário de preços pressionados e perspectiva de ampla oferta global, acrescentou a StoneX, que também manteve a expectativa de plantio de 46,5 milhões de hectares na safra 2024/25.
Um plantio mais tardio de soja, caso venha a acontecer por conta do tempo seco, não chega a ser um problema para a safra, mas pode interferir na segunda safra de milho, plantado na sequência da colheita da oleaginosa.
(Por Roberto Samora)