SÃO PAULO (Reuters) – A estimativa de safra de café do Brasil 2024/25 foi revisada para 65,9 milhões de sacas de 60 kg, 1,7% abaixo da previsão anterior, com um corte na colheita de grãos robusta/conilon (canéforas), de acordo com novo levantamento da consultoria StoneX divulgado nesta sexta-feira.
A revisão para baixo ocorreu apesar de um leve aumento na expectativa de produção de grãos arábicas, que respondem pela maior parte da safra do país, o maior produtor e exportador de café.
Apesar da revisão, impactada pelo tempo seco e quente, a safra brasileira ainda vai crescer 2,5% na comparação com a temporada anterior, no terceiro aumento anual seguido, uma rara sequência na história, na visão da StoneX.
Normalmente, por conta da bianualidade do café arábica, a produção nacional alterna anos de alta com baixa produtividade.
A produção de grãos canéforas está agora estimada em 21,2 milhões de sacas, 6,8% abaixo da previsão anterior, uma vez que as lavouras do Espírito Santo e da Bahia foram atingidas por condições secas desfavoráveis ao desenvolvimento dos grãos nos meses de setembro, outubro e novembro de 2023, “resultando em grãos miúdos e um rendimento médio abaixo do normal”.
Com isso, a safra de conilon do Espírito Santo, maior produtor da variedade do Brasil, foi reduzida em 8%, para 14,9 milhões de sacas. Na Bahia, o corte foi maior, de 11,5%, para 2,3 milhões de sacas.
No comparativo anual, a produção nacional de canéforas vai recuar 1,6% ante o ciclo passado.
Já a safra de café arábica do 2024/25 foi prevista em 44,7 milhões de sacas, alta de 1% ante a previsão anterior, divulgada em fevereiro. Esse volume, se confirmado, representará um aumento de 4,6% na comparação com a temporada passada.
Com a colheita caminhando para o final, analistas da StoneX chamaram a atenção para uma grande divergência de números no Sul de Minas, principal região produtora do país.
“Algumas áreas na região tiveram um resultado positivo, inclusive com produção acima do esperado, enquanto outras áreas foram mais impactadas pelo clima”, disse.
De acordo com o último levantamento, mais de 74% da região já teve sua produção colhida até o fim do mês de julho.
Das regiões produtoras de café arábica, o Cerrado Mineiro e da Mogiana, no Estado de São Paulo, foram as mais impactadas pelas ondas de calor e pelo clima adverso no final de 2023.
“No entanto, não houve ajustes nas estimativas da StoneX para essas regiões, pois este foi um cenário captado pela equipe durante os levantamentos realizados em janeiro deste ano.”
Para realizar o novo levantamento, a equipe da StoneX voltou a campo nos meses de junho e julho, viajando mais de 8 mil quilômetros pelas principais regiões produtoras de café no Sul da Bahia, Norte e Sul do Espírito Santo, Matas de Minas, Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Mogiana.
(Por Roberto Samora)