BRF pagará prêmio para soja da agricultura regenerativa; novo grupo promove prática agrícola

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Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) – A BRF, uma das maiores exportadoras de carnes de frango e de porco do mundo, pagará prêmios sobre o valor de mercado pela soja cultivada com técnicas da agricultura regenerativa, informou nesta terça-feira o consórcio de empresas integrado pela companhia de alimentos.

O consórcio denominado Reg.IA, que agrupou também empresas como a Bayer, busca ainda promover tais práticas agrícolas sustentáveis que geram impactos positivos ao meio ambiente por meio da oferta de assistência técnica e de análises de solo e carbono gratuita aos produtores.

A agricultura regenerativa visa promover a saúde do solo e aumentar a produtividade, com a adoção de práticas como o plantio direto, cultura de cobertura, rotação de lavouras, adubação orgânica, uso de defensivos biológicos, além da redução do uso de pesticidas químicos.

Os agricultores que fornecerem soja cultivada com a agricultura regenerativa receberão da BRF um prêmio de 2% sobre o valor de mercado da matéria-prima para a ração que alimenta as criações da indústria de carnes, informou o consórcio, cuja iniciativa está sendo anunciada nesta terça-feira como a “primeira da América Latina”.

A BRF ainda reforçou seu compromisso no combate ao desmatamento e contra a conversão de vegetação nativa em lavouras.

“É um passo fundamental para alcançar resultados sólidos em prol do meio ambiente e das pessoas”, disse Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade da BRF e da Marfrig, em nota.

A Marfrig, gigante do setor de carne bovina, é controladora da BRF.

A aliança de empresas no Reg.IA, que conta também com a Agrivalle, desenvolvedora de soluções biológicas para as principais culturas, a Produzindo Certo, agtech especializada na estruturação de cadeias agropecuárias sustentáveis, quer somar toda a expertise dos envolvidos nas melhores práticas agrícolas.

Com uma base inicial de fazendas já integradas à Produzindo Certo, o Reg.IA projeta um “impacto significativo a médio prazo”.

“No prazo de um ano, teremos mais de 30 fazendas impactadas, transformando mais de 50 mil de hectares. Vamos entregar mais de 200 mil toneladas de soja regenerativa verificadas”, afirmou Aline Locks, CEO da Produzindo Certo.

Integra também o consórcio o Gapes, grupo associado de pesquisas do Sudoeste goiano, que promove tecnologias e processos de produção regenerativos.

De acordo com o consórcio, caberá à Bayer prover o uso de ferramentas que embasem decisões e mensurem os reais ganhos alcançados com a adoção das técnicas.

O comitê técnico do consórcio, que está aberto a ser integrado por outras empresas, também conta com o apoio de universidades como a USP.

(Por Roberto Samora)

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