Após percorrer quase 30 mil quilômetros em 33 dias de viagem, com 125 municípios visitados, o Rally da Safra concluiu 60% da etapa soja trazendo resultados que levaram à redução da estimativa de safra em 1,6 milhão de toneladas em relação à projeção divulgada em 18 de janeiro, chegando agora a 152,2 milhões de toneladas (4,7 % abaixo da safra anterior). A produtividade média do Brasil também foi revista pela Agroconsult, organizadora da expedição, para 55,5 sacas por hectare.
No Mato Grosso, os técnicos do Rally avaliaram lavouras nas regiões norte, oeste, médio norte e sudeste do estado. As áreas plantadas entre início de setembro e meados de outubro, que correspondem a cerca de 40% do total, foram as mais prejudicadas pelas altas temperaturas e baixo volume de chuvas, principalmente aquelas destinadas ao algodão. Já as áreas plantadas ao longo de outubro e novembro tem apresentado melhor potencial, apesar de também terem sido afetadas pelo clima. A estimativa de produtividade para o estado foi mantida em 52,5 sacas por hectare, 17,7% abaixo da safra anterior.
Da mesma forma, em Goiás as lavouras plantadas em setembro e início de outubro foram as mais afetadas e apresentam perda de potencial. Já os plantios realizados de meados de outubro em diante foram beneficiados pelo retorno das chuvas em dezembro, o que levou a uma revisão da produtividade média para 59 sacas por hectare (56 sacas por hectare na estimativa pré-Rally). Quadro semelhante ocorreu na Bahia, onde a estimativa foi revisada para 60 sacos por hectare, contra 58,5 estimados no pré rally.
No Mato Grosso do Sul houve uma piora do cenário no sul do estado em função do clima quente e seco ao longo de dezembro e janeiro que levou à revisão da produtividade para 57,5 sacas por hectare (59 sacas por hectare na projeção anterior).
Houve redução da produtividade também em Minas Gerais (de 59 para 57 sacas por hectare) e São Paulo (de 60 para 55 sacas por hectare), diante dos danos causados pelo clima em áreas que estavam em desenvolvimento. No Paraná e Rio Grande do Sul, sob impacto da seca em janeiro e início de fevereiro, as produtividades foram reduzidas para 58 e 53 sacas por hectare, contra 60 e 55,5, respectivamente, no pré Rally.
Para o Mapito (Maranhão, Piauí e Tocantins), as estimativas tiveram uma pequena melhora, com produtividade estimada em 55,5 sacos por hectare, e melhor distribuição de chuvas no Maranhão e Piauí. No Tocantins, as condições ainda seguem irregulares, mantendo o potencial divulgado anteriormente.
As equipes técnicas do Rally da Safra estão em campo desde 11 de janeiro, sendo que, nesta semana, encontram-se na região leste do Mato Grosso, seguindo para o Tocantins. Permanecerão em campo até 24 de março outras sete equipes avaliando lavouras de soja. As áreas visitadas respondem por 97% da área de produção de soja. “Acrescentamos mais equipes, possibilitando assim fazer mais amostras em campo, e aumentamos em quase 30% o número de dias percorrendo o Mato Grosso, diante das condições da safra”, explica André Debastiani, coordenador do Rally.
Organizado pela Agroconsult, o Rally da Safra chega à 21ª edição e tem patrocínio do Santander, OCP Brasil, Basf, Credenz, Soytech, Biotrop, Serasa Experian e JDT Seguros.