Com volta da umidade nas principais regiões produtoras de soja, preocupação se volta para o manejo de fungos e doenças

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Após um início conturbado, o plantio da soja para a safra 2024/25 ganhou velocidade com as chuvas ocorridas a partir da segunda quinzena de outubro. Apesar do atraso na umidade ideal, estados como Paraná e Mato Grosso conseguiram aproveitar a janela de plantio para avançar, enquanto o Rio Grande do Sul ainda enfrenta atrasos. Com a previsão de continuidade das chuvas nas regiões produtoras, o foco agora se volta para o manejo de fungos e doenças.

“Para o estabelecimento de doenças fúngicas, é necessária a interação entre patógeno, hospedeiro e ambiente. Condições de alta temperatura, pluviosidade, umidade relativa e períodos de molhamento foliar favorecem o desenvolvimento das doenças,” explica Fábio Kagi, gerente de Assuntos Regulatórios do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).

O plantio tardio pode trazer desafios adicionais ao manejo fitossanitário, especialmente no controle de doenças fúngicas, uma vez que o estágio de desenvolvimento das plantas é alterado. Nesse contexto, a soja pode passar pela floração e pelo enchimento de grãos em um período mais quente e, possivelmente, mais seco, aumentando o risco de estresse hídrico. 

“Esse estresse, somado à umidade e às chuvas de verão, cria um ambiente favorável para fungos como míldio, mancha-alvo e ferrugem asiática. Além disso, a elevação da temperatura e da umidade pode acelerar o ciclo dos patógenos, dificultando o controle”, comenta Kagi.

O gerente do Sindiveg ainda explica que o estágio reprodutivo da soja, que vai da floração (fase R1) até a maturação dos grãos (fase R6), é um período de intenso crescimento e maior demanda por nutrientes, tornando a planta mais vulnerável a doenças fúngicas. Portanto, o monitoramento constante da lavoura e a aplicação criteriosa de fungicidas são essenciais para prevenir perdas na produção e garantir uma colheita de boa qualidade.

“Cada doença possui ciclos específicos de desenvolvimento e controle. Em alguns casos, é recomendável controlar a doença ainda no estágio vegetativo, mesmo antes da manifestação dos sintomas, para evitar seu avanço em condições ambientais favoráveis”, orienta Kagi.

Para evitar que fungos se tornem um problema, as pulverizações devem ser realizadas nas fases corretas do desenvolvimento da soja e com produtos específicos para cada doença, sempre alternando modos de ação para evitar resistência. O manejo deve ser feito em condições climáticas adequadas, com baixa intensidade de vento e temperaturas amenas, preferencialmente pela manhã ou no final da tarde. Além disso, o equipamento de pulverização deve ser calibrado corretamente para garantir cobertura uniforme, atingindo todas as partes da planta onde doenças podem se desenvolver.

Além da pulverização, adotar um manejo integrado de doenças é fundamental. Para que esse método seja eficaz, é necessário utilizar fungicidas com diferentes princípios ativos, adotar a rotação de culturas e eliminar restos de lavouras, que podem servir de hospedeiros para patógenos. Escolher cultivares geneticamente mais resistentes também é importante para o controle dessas doenças.

“A suscetibilidade das variedades de soja a fungos como ferrugem asiática e mofo branco depende da genética das cultivares. Variedades com menor resistência a essas doenças geralmente apresentam maior dificuldade para se defender contra patógenos, tornando-se mais vulneráveis em condições de alta umidade e temperaturas amenas”, conclui Kagi.

Cultivares possuem alta tecnologia que auxiliam no controle de doenças

O Brasil, sendo um país tropical, enfrenta alta incidência de pragas e doenças, o que impulsionou a inovação em cultivares com maior resistência genética. No portfólio da Golden Harvest, duas variedades se destacam por sua tecnologia adaptada ao controle desses riscos, contribuindo para um manejo mais sustentável e eficaz.

A GH5933IPRO, da linha Intacta RR2 PRO, combina um alto potencial produtivo com resistência a pragas. Essa tecnologia diminui a necessidade de defensivos, o que não só reduz custos mas também favorece práticas mais sustentáveis. Sua adaptabilidade a diversas condições climáticas e solos reforça sua viabilidade para várias regiões produtoras, proporcionando estabilidade mesmo em cenários adversos. Além disso, a variedade possui um alto potencial de enraizamento, o que promove maior segurança em períodos de stress para a planta e a torna menos suscetível a doenças.

Já a GH6433I2X incorpora a tecnologia Intacta 2 Xtend, que adiciona proteção contra pragas e resistência a herbicidas como o glifosato e o dicamba. Essa variedade é especialmente recomendada para o Sul do Brasil, onde demonstra boa estabilidade e adaptação a diferentes condições. Além disso, seu alto potencial produtivo ajuda os produtores a alcançar bons rendimentos, mesmo em safras desafiadoras. A cultivar  possui ainda uma excelente sanidade foliar e boa tolerância à macrophomina.

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