Em recente entrevista à agência Reuters, o diretor financeiro global da gigante francesa de laticínios Danone, Jurgen Esser, afirmou que a multinacional suspendeu a compra de soja do Brasil, indicando que o produto não atende aos padrões de sustentabilidade da Companhia. A declaração repercutiu rapidamente no setor agropecuário brasileiro, com consumidores inclusive pregando um boicote aos produtos da empresa nos supermercados. Em resposta, a Danone Brasil emitiu uma nota esclarecendo que não há mudanças na compra de soja brasileira pela Companhia.
Assinada pelo diretor-geral Tiago Santos e pelo vice-presidente de Assuntos Jurídicos e Corporativos da Danone no país, Camilo Wittica, a nota afirma que a informação veiculada não procede. Presente no Brasil há mais de 50 anos, a Danone ressalta que mantém suas aquisições de soja brasileira, cumprindo rigorosamente as regulamentações locais e internacionais, frisando que a informação veiculada sobre interrupção nas compras não procede.
A empresa afirmou que a soja brasileira é um insumo essencial na cadeia de fornecimento da Companhia no Brasil e continua sendo utilizada, sendo a aquisição da maior parte desse volume intermediada por sua Central de Compras, que realiza verificações sobre a origem e rastreabilidade do produto, garantindo que a soja adquirida não seja proveniente de áreas desmatadas ilegalmente.
Na nota, a Danone enfatiza ainda seu histórico de apoio ao setor agrícola brasileiro, destacando que investe anualmente em ações que priorizam o desenvolvimento de grandes e pequenos produtores locais, incentivando práticas mais sustentáveis em todos os elos da sua cadeia de fornecimento.
Esse posicionamento da Danone ocorre em um contexto de crescente pressão sobre a cadeia de soja brasileira, em meio às novas exigências de desmatamento da União Europeia e decisões recentes de outras empresas europeias que optaram por suspender a aquisição de soja brasileira.