Desconto do óleo de palma em relação ao de soja está nos menores patamares desde maio de 2022.Dessa forma, favorece a compra do derivado da soja e pode ajudar a diminuir a demanda de grandes consumidores, como Índia e China, pelo óleo de palma.
Para os óleos vegetais, o destaque vai para o de palma. O produto andou em direção oposta ao do derivado da soja em janeiro no mercado externo, com valorização na bolsa da Malásia. Assim, o desconto do óleo de palma em relação ao de soja está nos menores patamares desde maio de 2022.
No mercado doméstico, esperamos que a demanda para o novo programa de biodiesel possa sustentar os preços durante o ano, mesmo com as quedas nas bolsas, mas o mercado externo ainda permanece otimista com a oferta de óleo de soja para 2024, o que pressiona as cotações na Chicago Board of Trade (CBOT).
As preocupações quanto a oferta de palma no Sudeste Asiático seguem dando suporte aos preços do óleo. O maior volume de chuvas registrado em janeiro nas principais regiões produtoras, somado aos desdobramentos dos conflitos no Mar Vermelho, ajudou o produto a se valorizar um pouco, fechando o dia 30/01 em US$ 818/t na Bursa, alta de 3% em 30 dias.
A menor diferença em relação ao produto concorrente favorece a compra do derivado da soja, o que pode ajudar a diminuir a demanda de grandes consumidores, como Índia e China, pelo óleo de palma.
No Brasil, as margens de esmagamento se recuperaram e estão melhores para os próximos meses, principalmente o indicador para mar/24, muito por conta da desvalorização do contrato da soja referente a esse mês. Assim, o esmagamento no curto prazo pode ser favorecido, entretanto, para o segundo semestre, as margens estão menores, em linha com os preços futuros pressionados dos derivados.
De acordo com os dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as vendas de biodiesel totalizaram 7,5 bilhões de litros em 2023, volume 22,6% maior em relação ao ano de 2022. Com o novo aumento da mistura de biodiesel para o B14 a partir de março, a demanda dessa indústria continuará ajudando o esmagamento, onde, em 2024, espera-se que seja registrado novo recorde de produção e consumo do biocombustível.