Os futuros do trigo dispararam na tarde desta segunda-feira (22) na Bolsa de Chicago e vão puxando os demais mercados na carona. Perto de 13h10 (horário de Brasília), as cotações subiam de 20,75 a 23,25 pontos nos principais contratos, com o maio sendo cotado a US$ 5,73 e o setembro valendo US$ 6,06 por bushel. A escalada das tensões entre Rússia e Ucrânia dão espaço ao movimento neste início de semana.
“A Rússia e a Ucrânia continuaram seus ataques via mísseis durante o final de semana, onde a Rússia atacou portos e instalações portuárias e a Ucrânia por sua vez, atacou uma refinaria de petróleo da Rússia”, explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
Além da condição da guerra, o mercado também monitora as condições de tempo mais seco para a região das Planícies nos EUA, principal área produtora de trigo do país. “Isso pode fazer o USDA rebaixar as condições das lavouras de trigo de inverno no relatório de hoje”, afirma o time da Agrinvest Commodities. “Nos últimos dias, as preocupações com o clima americano levaram o trigo para uma alta de quase 5% em três pregões”.
Ainda na conta do trigo, e também como explicam os analistas da Agrinvest, pesa também a informação trazida nesta segunda-feira pelo Departamento de Agricultura da Ucrânia trazendo um corte na área e na produção de trigo do país. “Lembrando também que, na semana passada, houve já um corte de quem teve um corte na produção foi a Rússia. Com o Mar Negro reduzindo o seu share de exportação de trigo na safra nova poderíamos ver uma recuperação para os prçeos internacionais do cereal?”, complementa a consultoria.
Os futuros da soja vinham acompanhando os ganhos e subiam entre 10,50 e 11,25 pontos, levando o maio aos US$ 11,61 e o julho a US$ 11,76 por bushel.
Além do trigo, as altas fortes do óleo de soja, de mais de 2% na tarde desta segunda-feira, eram mais um combustível para as altas do grão. Até mesmo o farelo, que trabalhava do lado negativo da tabela passou a testar ligeiros ganhos na CBOT.