O painel sobre os avanços recentes e o futuro da tecnologia de pulverização na área de fitossanidade, realizado na última quarta-feira (26), durante a Reunião de Pesquisa de Soja, em Londrina (PR), teve como um dos destaques entender a atual realidade técnica e debater os fatores necessários para melhoria da pulverização com drones. Para o professor Rone Batista de Oliveira, da Universidade Estadual do Norte do Paraná, o Brasil é um dos celeiros em regulamentação de drones, porque estabelece regras para destes equipamentos em uma legislação avançada e em constante atualização.
Com relação aos itens de evolução dos drones, o professor cita indicadores como o crescimento da capacidade de carga (de 8l até os atuais 50l), o aumento da velocidade de trabalho, a melhoria na autonomia de voo, entre outros. O drone é uma nova ferramenta que, de forma automatizada, realiza pulverizações agrícolas, por isso, não se deve negligenciar o bom manejo do equipamento. “É preciso ter os mesmos cuidados que se tem com os equipamentos terrestres, em termos de limpeza, regulagens, entre outros”, alerta.
O professor reforça que os preceitos da tecnologia de pulverização continuam sendo os mesmos, seja para equipamento terrestre ou aéreo. “Isso significa que continua sendo relevante aplicar o produto no alvo, de forma econômica, na quantidade necessária, sem deriva, entre outras recomendações”, defende. “Alguns dos itens que podem afetar a qualidade da aplicação é a carga do drone, o tamanho de gotas, a altura de voo, a velocidade do vento, ou seja, precisamos usar conhecimento científico para termos resultados eficientes”, defende.
Para abordar os potenciais e as limitações da utilização da pulverização com drones em larga escala, o painel contou com a participação do Fabrício Côrrea, da cooperativa Coamo, que está presente em 13 estados e conta com cerca de 130 mil cooperados. As experiências com drone na Coamo começaram, em 2017, e se intensificaram a partir de 2022. Para o palestrante questões como legislação, operação do equipamento e tecnologia de aplicação foram os principais pontos que precisam ser observados. “Enxergamos muitas oportunidades e desafios também, por isso, vamos evoluir com os trabalhos nesta área, com bastante segurança para respaldar a atuação dos técnicos e também os produtores”, afirma Côrrea.
As inovações de tecnologia de aplicação foram apresentadas por Fabrício Povh, da Fundação ABC, que mostrou desde tecnologias específicas para aplicações localizadas até controles alternativos utilizando carregamento eletrostático de gotas, aplicação com laser, vapor quente, entre outros. Também mostrou avanços nos estudos de aplicação com taxa variada e aproveitou para reforçar o potencial de pulverização com drones. “Os conhecimentos existentes avançaram, ao longo dos anos, mas ainda é preciso seguir os estudos e aprendizagens dessa nova ferramenta para trazer respostas para os usuários”, defende.