O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) voltou a reduzir a estimativa para a safra brasileira, porém o número do órgão americano segue na ponta alta das projeções. Ainda há muita soja para ser comercializada no Brasil.
No Mato Grosso, maior produtor nacional de soja e onde geralmente o ritmo de vendas é mais acelerado, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) traz um volume de 40,6% da safra comercializada, bem aquém da média das últimas cinco safras (59%).
A primeira estimativa para a safra 2024/25 dos EUA indica aumento da área plantada com soja no país. A revisão do USDA para a safra brasileira foi de -1 milhão de toneladas, para 156 milhões de toneladas estimadas em fevereiro. Ao mesmo tempo, o USDA manteve a produção argentina projetada em 50 milhões de toneladas, o que continua sustentando a expectativa de um balanço global mais confortável em 2023/24, com os estoques crescendo 12 milhões de toneladas.
A Bolsa de Rosário reduziu a estimativa de produção da Argentina para 49,5 milhões de toneladas, devido ao clima quente e seco sobre o país na segunda quinzena de janeiro e início de fevereiro. Ainda assim, mesmo que haja algum prejuízo para a safra argentina, a redução teria que ser bem maior que a esperada nesse momento para trazer algum problema ao balanço mundial.
Levando em conta a estimativa da Consultoria Agro do Itaú BBA de 153 milhões de toneladas para a produção nacional e utilizando a referência de comercialização do Mato Grosso para o Brasil, teríamos ainda cerca de 91 milhões de toneladas de soja a fixar neste ciclo.
Considerando o grande volume de safra a ser vendido, o risco fica para a possibilidade de concentração das vendas em um curto período, o que tende a gerar pressão sobre os prêmios. A melhor rentabilidade para a oleaginosa em relação ao milho e a relação de preços entre os dois também mostrando vantagem para a soja, resultam em uma expectativa de aumento de 5% para a área plantada com o grão em 2024/25, para 35,4 milhões de hectares, conforme dados do USDA Outlook Forum. Esse levantamento se baseia em modelos estatísticos, sem coleta de informações de campo.