Os preços da soja dispararam mais de 2% na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (27), intensificando os ganhos registrados mais cedo. Perto de 13h40 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 23,25 e 26,25 pontos nos contratos mais negociados. Assim, o novembro já alcançava os US$ 10,66 e o maio batia em US$ 11,09 por bushel.
O combustível central para os futuros do grão vem do farelo, que sobe mais de 5% na CBOT, com o mercado ainda atento às preocupações com a oferta em algumas origens importantes, como é o caso da Argentina. Assim, o primeiro contrato chegava aos US$ 344,40 por tonelada curta.
“Farelo sobe forte nesta sexta-feira em Chicago, dando suporte ao grão na bolsa e no mercado físico no Brasil”, informam os analistas de mercado da Pátria Agronegócios.
Complementando a análise, o time da Agrinvest Commodities afirma que “os traders nos EUA falam em qualidade ruim da soja no Sul, com soja verde. Faz sentido porque o clima está muito chuvoso no Delta. As fábricas terão problemas para cumprir com contratos de exportação e também entrega da CBOT. Assim, provavelmente, o crush será menor em setembro, depois de o agosto já ter ficado abaixo do esperado”.
Além disso, os futuros da oleaginosa sobe e recuperam as perdas da sessão anterior – de mais de 1% – mantendo seu foco sobre as preocupações com o clima no Brasil, mas também mais confiante com a demanda chinesa e apoiado no mercado de derivados.
Nesta semana, o mercado da soja ainda continua refletindo as boas perspectivas em torno das novas medidas de apoio à economia da China que foram reportadas por Pequim. O presidente Xi Jinping já afirmou que o governo chinês “gastará o quanto for necessário” para garantir que a meta de crescimento de 5% do país seja alcançanda.
“Mais medidas fiscais devem ser anunciadas antes de um feriado de uma semana na China a partir de 1º de outubro, depois que uma reunião dos principais líderes do Partido Comunista mostrou um maior senso de urgência em relação às crescentes turbulências econômicas”, informou a agência de notícias Reuters.
A grande expectativa do mercado se dá sobre o impacto de tais medidas para o consumo na China e, consquentemente, os impactos para a demanda por commodities pela maior compradora global de todas elas. Para a soja, já há as perspectivas de importações recordes em 2025.
O mercado se atenta ainda ao comportamento do dólar frente ao real, que registra mais um dia de baixas nesta sexta-feira. A moeda norte-americana, por volta de 14h15 (horário de Brasília), perdia 0,21% para R$ 5,43.