Em decorrência do clima irregular, produtores rurais da cidade de Marechal Cândido Rondon, iniciaram a colheita do plantio da safra de soja antecipadamente. Programada para acontecer no início de 2024, as colheitadeiras entraram nas lavouras já no final de 2023. Isso porque o ano passado foi marcado por um fenômeno climático importante, o El Niño.
As condições climáticas causaram grandes expectativas para a safra, o que não aconteceu, já que o ano foi marcado por um período de chuvas irregulares, seca e excesso de calor, antecipando o ciclo da cultura.
“Dois mil e vinte três começou bem com boas chuvas no período de desenvolvimento da cultura, porém no final do ano passamos por dias de calor intenso e pouca chuva”, avalia o supervisor agronômico da Copagril, Douglas Sandrim de Brito.
Manejo
Além das condições climáticas apresentadas, o produtor teve que lidar com outras adversidades, como o combate a pragas. Conforme o engenheiro agrônomo da Copagril – unidade de Porto Mendes, Laércio Strohhaecker, em 2023 houve uma incidência de pragas fora do normal, especialmente percevejos, em comparação aos anos anteriores.
“Algumas áreas que necessitaram de cinco manejos contra pragas. Mesmo em sojas intactas tivemos que fazer o manejo com inseticidas, pensando em lagartas Spodopteras e falsa-medideiras. Por mais que tenha as expectativas climáticas, as orientações em relação ao manejo precisam ser seguidas”, orienta.
Safra
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estima-se uma produtividade de 3.744 kg/ha na primeira safra de soja do Paraná . Já na região Oeste do Estado, a produtividade estimada é de 3.724 kg/há.
Ainda segundo o órgão, no Mato Grosso do Sul a expectativa é de 3.393 kg/ha, enquanto a nível de Brasil projeta-se 3.431 kg/ha.
De acordo com o coordenador de conjuntura do Departamento de Economia Rural (Deral), o período de colheita no Paraná acontece ao longo do primeiro trimestre, tendo em vista que foi antecipada. Na região do Mato Grosso do Sul, segundo o boletim da safra de grãos – 4° levantamento da Safra 2023/2024, também houve antecipação na colheita devido à influência das altas temperaturas e estresses hídricos generalizados.
Os extremos climáticos, provocados pelo fenômeno El Niño, como excesso de precipitações na Região Sul e escassez de chuvas no restante do país, desafiou os produtores rurais na implantação e na realização dos tratos.
Segundo o produtor de Porto Mendes, distrito de Marechal Rondon, Alceu Cechelero, a colheita não foi ruim, mas também não foi excelente devido ao clima. Ou seja, por conta do El Niño, as condições estavam instáveis para a produção de soja na safra 2023/2024.