O fim da colheita de soja no norte e noroeste do Rio Grande do Sul, as maiores áreas produtoras do Estado, e em Santa Catarina, deve ser impactada pelas fortes chuvas previstas para os próximos dias, até a primeira quinzena de maio, segundo boletim da Climatempo, a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina. Outras culturas como o arroz e o milho da segunda safra também terão o final da colheita prejudicada nas mesmas regiões.
“Temos uma previsão de novos eventos de chuva forte até pelo menos o dia 20 de maio que devem afetar o norte e noroeste do Rio Grande do Sul, áreas de maior produção, e em Santa Catarina, que irão prejudicar o fim da colheita da soja e de outras culturas como milho e arroz”, afirma a meteorologista da vertical Agro da Climatempo, Nadiara Pereira. “As precipitações não serão tão intensas como as deste início de mês, mas deverão ocorrer de forma frequente nas próximas semanas”, alerta.
As previsões colocam ainda mais em risco boa parte dos grãos que ainda não foi colhida das lavouras do Rio Grande Sul, cuja agricultura parecia passar ilesa dos fenômenos climáticos este ano, mas foi severamente afetada pelos temporais e enchentes dos últimos dias, especialmente a metade norte do Estado.
“Chama a atenção o fato de que a soja, apesar de ter sido atingida pelos temporais da primavera, vinha apresentando uma ótima produtividade, já que no verão as chuvas foram regulares, e havia uma expectativa de safra recorde no Rio Grande do Sul”, conta Nadiara, mencionando que o final da colheita do arroz e do milho da primeira safra também passou por sérios problemas por causa das chuvas nas demais regiões produtoras do Estado.
Segundo a meteorologista, restam pouco mais de 20% da safra de soja a ser colhida, bem como em torno de 15% de milho e em torno de 20% de arroz. As reais perdas só serão contabilizadas no fim de maio.