SÃO PAULO (Reuters) – O governo da Argentina ordenou nesta segunda-feira que dois sindicatos de trabalhadores de indústrias de óleo de soja suspendessem por 15 dias uma greve de uma semana que paralisou os principais portos de grãos do país.
A Argentina é um dos dois maiores exportadores de óleo e farelo de soja do mundo e um importante fornecedor global de grãos.
A SOEA e a Federación Aceitera, dois sindicatos com presença no cinturão agroindustrial de Rosário, mantiveram as atividades nos principais portos de grãos do país paralisadas desde a última terça-feira, com uma greve por causa de reivindicações salariais, no contexto de uma taxa de inflação anual próxima a 300%.
O Ministério do Trabalho e Emprego disse na segunda-feira que, a pedido das câmaras empresariais, estava emitindo uma conciliação obrigatória de 15 dias a partir das 10h30, o que força a retomada das negociações, que estavam em um impasse.
“O governo pede que as partes em conflito mantenham a melhor predisposição e abertura para negociar as questões sobre as quais mantêm diferenças”, disse o governo em um comunicado.
A Câmara da Indústria do Petróleo (CIARA) confirmou em um comunicado emitido após a decisão oficial que havia solicitado a conciliação obrigatória “tendo em vista a impossibilidade de recuperar o diálogo” e o enorme prejuízo econômico causado pela greve.
A ação da SOEA e da Federação do Petróleo causou atrasos no carregamento de mais de 35 navios de grãos e seus derivados.
(Por Maximilian Heath e Hernán Nessi)