SÃO PAULO (Reuters) – Alguns setores da Argentina, tradicionalmente a maior exportadora mundial de farelo e de óleo de soja, enfrentam uma greve que tem resultado em deslocamento de importadores de derivados de soja para o Brasil, o segundo maior exportador desses produtos, afirmou o Cepea, centro de estudos da Esalq/USP.
“Com isso, consumidores domésticos (no Brasil) vêm disputando as aquisições com os estrangeiros, resultando em aumento nos prêmios de exportação e nos preços internos”, afirmou o Cepea em análise nesta sexta-feira.
Tomando-se como referência o óleo de soja posto na região de São Paulo, com 12% de ICMS, o valor subiu expressivos 4,3% entre 9 e 15 de maio, indo para 5.140,35 reais/tonelada na quinta-feira.
Quanto ao farelo de soja, a valorização foi de 3,1% no mesmo período, considerando-se a média das regiões acompanhadas pelo Cepea.
Diante disso, tendo-se como base os valores da soja, do farelo e do óleo de soja no Estado de São Paulo, a margem de processamento”= subiu 5,17% entre as duas últimas quintas-feiras, estimou o centro de estudos.
Embora os preços da soja em grão tenham permanecido praticamente estáveis no spot nacional, a paridade de exportação aponta valores mais atrativos aos vendedores nos próximos meses.
“Além disso, incertezas sobre as perdas em lavouras ou até mesmo em armazéns no Rio Grande do Sul (pelas enchentes) deixaram agentes cautelosos nas negociações de curto prazo”, ressaltou.
De 9 a 16 de maio, os indicadores ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá e CEPEA/ESALQ – Paraná avançaram 0,7% e de 0,5%, com respectivos fechamentos de 134,99 reais/saca de 60 kg e de 129,95 reais/saca de 60 kg na quinta-feira.
(Por Roberto Samora)