Importação de soja pela China em julho sobe 2,9% ano a ano, mostram dados alfandegários

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Por Mei Mei Chu

 

PEQUIM (Reuters) – As importações de soja pela China aumentaram 2,9% em julho em relação ao ano anterior, estimuladas por preços mais baixos e temores de aumento das tensões comerciais entre Pequim e os EUA se Donald Trump voltar à presidência.

O maior comprador de soja do mundo importou 9,85 milhões de toneladas em julho, segundo dados da alfândega divulgados nesta quarta-feira, abaixo das expectativas dos traders de 12 milhões-13 milhões de toneladas.

Isso levou as cargas importadas no acumulado dos primeiros sete meses do ano a 58,33 milhões de toneladas, uma queda de 1,3% em relação ao ano anterior, segundo dados da Administração Geral de Alfândega.

O ligeiro declínio nas importações no acumulado do ano ocorreu porque o país está enfrentando um excesso de oferta de grãos em meio a uma demanda fraca por ração animal.

A situação pode reduzir o apetite da China durante o quarto trimestre, a temporada de pico de comercialização dos grãos dos EUA.

A soja é esmagada e transformada em farelo rico em proteínas para alimentar os rebanhos da China e produzir óleo para cozinhar.

As margens de esmagamento na China têm sido negativas desde o final de maio, com as esmagadoras no principal centro de processamento de Rizhao perdendo mais de 500 iuanes (69,59 dólares) por cada tonelada de soja processada.

A demanda por carne suína e outras proteínas enfraqueceu à medida que os consumidores chineses apertam o cinto em meio a uma recuperação econômica vacilante, levando os criadores a reduzir o tamanho de seus rebanhos.

Os futuros da soja em Chicago têm sido negociados perto de seu nível mais baixo desde outubro de 2020, em meio a expectativas de clima mais favorável para as colheitas nos Estados Unidos e preocupações sobre uma possível desaceleração da economia.

Os agricultores dos principais Estados produtores de Iowa, Indiana, Illinois e Ohio, no Meio-Oeste, estão esvaziando os silos de armazenamento de soja colhida em 2023, depois de manterem os suprimentos durante todo o ano, já que a melhora do clima reduziu suas esperanças de preços mais altos.

No Brasil, o maior produtor mundial da oleaginosa, a área cultivada de soja aumentará em um ritmo mais lento na temporada 2024/25 do que nas anteriores, uma vez que os preços futuros da commodity estão próximos de uma baixa de quatro anos, informou o grupo de agricultores Aprosoja Brasil na segunda-feira.

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