Manejo biológico da soja garante qualidade da safra e atende demanda global por produtos mais sustentáveis

Desde 2013, o Brasil é o maior exportador mundial da soja, que passou a desempenhar um papel central na economia do país. Hoje, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a cultura da soja representa cerca de 50% de toda a produção de grãos, superando outras culturas importantes como milho, trigo e arroz.

A área semeada com a oleaginosa é estimada em 46 milhões de hectares, o que vem impulsionando a geração de empregos, o desenvolvimento de tecnologias agrícolas e a expansão de áreas cultivadas, um verdadeiro pilar do agronegócio brasileiro.

Diante de tamanha importância, agricultores investem cada vez mais em tecnologia, ciência e técnicas de cultivo que preparam as plantas e o solo para enfrentar desafios futuros, como também posicionam os produtores à frente em um mercado cada vez mais exigente por inovação e responsabilidade ambiental. Uma destas práticas é o manejo biológico, uma alternativa mais sustentável ao uso de produtos químicos e pesticidas sintéticos para controlar doenças, pragas e melhorar a fertilidade do solo.

Dentre as várias práticas e técnicas utilizadas no manejo biológico estão a adição de matéria orgânica, a rotação de culturas, o plantio de culturas de cobertura, o controle biológico de pragas e a adição de microrganismos benéficos. Para ser eficiente, tal manejo deve envolver um diagnóstico adequado a cada tipo de solo, além da escolha adequada dos organismos benéficos, e, claro, incluir ainda um monitoramento constante da lavoura.

No caso da soja tem sido fundamental a utilização de bioinsumos como inoculantes e bioindutores para se obter uma lavoura mais rentável, com grãos produzidos de forma mais sustentável. E a escolha de um tratamento biológico de alta performance faz diferença na obtenção de bons resultados.

A lógica é simples, a água é um dos elementos mais importantes para garantir a produtividade. Ao contrário de outras culturas, a soja possui uma necessidade hídrica diferente ao longo do ciclo, sendo a fase reprodutiva a de maior demanda. Dependendo do estádio de desenvolvimento da planta, a falta de água pode causar danos irreversíveis.

Produtos como solubilizadores de fósforo e enraizadores estimulam a atividade microbiana benéfica, e aumentam a disponibilidade de nutrientes essenciais, o que torna as plantas mais fortes, com raízes maiores, ajudando na absorção da água.

A soja, o clima e o abastecimento global

Foto: Divulgação

Esses produtos e as técnicas de manejo ganham ainda maior relevância em tempos de eventos climáticos extremos, como estamos vivenciando. A seca com perspectiva de agravamento pelo La Niña na safra 24/25, especialmente nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, podem afetar diretamente a produtividade, exigindo mais atenção dos produtores.

Uma situação de estresse hídrico extremo como essa requer a adoção de estratégias de manejo que reduzam os impactos da seca. A ação imediata é importante porque a adoção de manejos preventivos à seca podem garantir a melhor produtividade mediante a falta de água. Essas medidas podem garantir a produtividade, além do fato de que o efeito cumulativo desse estresse pode comprometer a saúde da lavoura e até mesmo a qualidade do solo a longo prazo.

E a atenção aos diferentes tratamentos e à qualidade da soja é relevante não apenas para impulsionar o agronegócio, mas porque a soja pode ajudar a combater um problema global: a necessidade de suprir a oferta de alimentos. Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura apontam que a oferta mundial de alimentos precisa aumentar em cerca de 20% nos próximos dez anos.

Uma meta arrojada e que, para ser atingida, precisa contar com a contribuição brasileira na ordem de 40% deste crescimento. Promover, então, o manejo correto pode contribuir para esta meta, além de atender a uma demanda crescente por alimentos produzidos de forma mais sustentável

Cuidado com as raízes

Fotos: Jaelson Lucas

Além da seca, outra grave ameaça às lavouras de soja são os nematoides, que encontram nos produtos biológicos uma importante barreira. A principal forma de combate e prevenção de nematoides é o controle biológico. Segundo Embrapa o uso de bionematicidas representa mais de 94% do mercado de controle de nematoides da soja.

Os produtores contam ainda com bioestimulantes para tornar as plantas mais resistentes nas situações de estresse hídrico, aumentando a absorção de nutrientes e proporcionando uma melhor solubilização de fósforo.

Escolha pela sustentabilidade

São variadas as alternativas para o manejo biológico da cultura da soja, da adição de matéria orgânica, passando pela rotação de culturas, e pelo controle biológico de pragas e a adição de microrganismos benéficos, o produtor tem em mãos o poder de escolha para aliar sustentabilidade e alta produtividade, utilizando soluções que protegem as plantas desde o início de seu ciclo de vida até a colheita.

O manejo biológico prepara o solo e as plantas para enfrentar melhor os desafios futuros, como novas pragas e doenças, e mudanças climáticas. Um passo importante para a inovação no setor agrícola, posicionando os produtores em um patamar global de responsabilidade ambiental.

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