SÃO PAULO (Reuters) – O plantio de soja da safra 2024/25 do Paraná teve início de forma bastante isolada em meio ao tempo seco, mas a área plantada é tão pequena que não foi suficiente para somar 1% do total previsto para ser semeado no Estado, um dos maiores produtores da oleaginosa no Brasil, disse um especialista do Departamento de Economia Rural (Deral) nesta terça-feira.
“De fato, a falta de chuvas impossibilitou o plantio de forma significativa. Há relatos de plantio na região 2, que é onde está liberado plantio, porém ainda não atinge percentual mínimo”, disse Edmar Gervásio à Reuters.
A região 2 compreende uma grande faixa ao norte, noroeste e pequena parte do centro do Estado. Ela teve o plantio autorizado após o encerramento do prazo do vazio sanitário, período que determina a ausência de soja para o combate do fungo da ferrugem.
Em 11 de setembro do ano passado, o Paraná já havia plantado 1% da área estimada.
Produtores do Paraná têm expectativa da chegada de alguma chuva a partir do final de semana.
“Se confirmado, devemos ter algum plantio mais forte no norte. As demais regiões somente a partir do dia 20”, acrescentou o especialista.
O órgão da Secretaria de Agricultura do Paraná estimou uma área plantada de soja praticamente estável na comparação com a safra anterior, em 5,8 milhões de hectares.
Já o plantio de milho primeira safra do Paraná atingiu 29% da área prevista, também atrasado na comparação com os 42% vistos na mesma época do ano passado.
No que diz respeito ao trigo, o Paraná registrou colheita em 18% da área total, enquanto o Deral reduziu a condição da lavoura, devido à seca e também por conta das geadas de agosto, que agora demonstraram seus efeitos.
Atualmente apenas 31% da área a colher está em boas condições, ante 36% na semana anterior. As lavouras em condições médias representam 36% da área, enquanto as ruins são 33%. Na semana anterior eram 36% e 28%, respectivamente. A piora da qualidade sinaliza uma revisão para baixo na safra.
Pela estimativa atual, a safra de trigo do Paraná deve somar 3,1 milhões de toneladas, uma redução de 14% ao obtido em 2023 e de 17% em relação ao potencial (3,8 milhões).
(Por Roberto Samora)