Com compradores ausentes, os valores do farelo de soja iniciaram 2024 em queda. Grande parte dos consumidores mostrou ter estoques para médio prazo, preferindo aguardar para realizar novas aquisições – esses agentes têm expectativas de adquirir lotes a preços menores na segunda quinzena de janeiro, fundamentados no avanço da colheita da matéria-prima.
Além disso, espera-se maior oferta global de farelo de soja, impulsionada pela Argentina – o clima favorável às lavouras deve devolver ao país vizinho o posto de terceiro maior produtor da oleaginosa na safra 2023/24.
Em relatório divulgado no dia 12 de janeiro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou a produção de farelo de soja na Argentina para 27,7 milhões de toneladas, 2,9% acima da estimativa anterior e 17% superior à da temporada passada.
Com isso, as exportações argentinas do derivado foram revisadas para 24,4 milhões de toneladas, aumentos de 4,3% frente ao relatório anterior e de 17,6% sobre o volume escoado na safra passada.
Com a maior oferta na Argentina, espera- -se menor disputa entre compradores domésticos e estrangeiros nesta temporada. O USDA diminuiu as estimativas de exportação do Brasil em 6,8% frente ao relatório anterior e em 3,9% em relação ao volume escoado na safra passada, com projeção mais recente de 20,5 milhões de toneladas de farelo de soja.
Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações do derivado caíram 4,1% entre dezembro e a primeira quinzena de janeiro. No comparativo anual, a desvalorização é de expressivos 19,8%.