Quebras na soja e no milho somam R$ 41,6 bilhões, com perdas de 28,7 mi de t, aponta Cogo Inteligência

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Um levantamento da Cogo Inteligência em Agronegócio reportados nesta sexta-feira (9) aponta que as perdas com as safras de soja e milho do Brasil – atualmente estimadas em 28,7 milhões de toneladas – já resultam em uma perda financeira de R$ 41,6 bilhões. 

A consultoria revisou mais uma vez sua estimativa para a safra de soja, com o número saindo de 155,2 para 148,5 milhões de toneladas. Até este momento, as perdas somam 14,9 milhões de toneladas, com prejuízos na ordem de R$ 28,9 bilhões.

“O atraso do início das chuvas, seguido por chuvas irregulares e mal distribuídas em diversas regiões do país, com períodos de veranicos superiores a 20 dias, acompanhado por altas temperaturas, resultará em quebras acentuadas na produtividade, estimada em 54,8 sacas por hectare na atual safra, ante a expectativa inicial de 60,5 sacas”, afirma Carlos Cogo, sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio. 

O especialista complementa afirmando ainda que as perdas mais intensas são registradas nos plantios de soja precoce e nos primeiros plantios realizados entre setembro e a primeira quinzena de outubro.

Todavia, ele explica ainda que “as boas produtividades estimadas para as regiões Sul e Sudeste deverão compensar parte das perdas previstas para as regiões Centro-Oeste, Norte e MATOPIBA”. 

MILHO: DIMINUIÇÃO DE ÁREA E PRODUTIVIDADE

Ainda segundo o levantamento da Cogo Inteligência em Agronegócio, as reduções do milho vêm não só de um menor rendimento, mas também de uma área menor. Somente na primeira safra, a área apresentou um recuo de 12%, com migração de lavouras para a soja. 

“O excesso de chuvas e a baixa luminosidade, durante boa parte do ciclo da cultura, reduziram o potencial produtivo nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil. A produção está estimada em 23,7 milhões de toneladas, 14% abaixo da temporada anterior”, afirma Cogo sobre a primeira temporada. 

Já para a segunda, a projeção atual é de reduçãode 6% na área a ser plantada, com boa parte dos trabalhos de campo já em andamento, o que permitirá que boa parte do plantio, ainda segundo o especialista, seja feito dentro da janela ideal, “o que mitigará os riscos climáticos sobre as lavouras”, explica. Cogo afirma ainda que “vale lembrar que o El Niño forte de 2015/2016 reduziu a produtividade média da 2ª safra de milho para 63,7 sacas/hectare na região Centro-Oeste, ante o normal de 110 sacas/hectare”. 

Há de considerar ainda os investimentos do produtor no milhoi, em especial na segunda safra depois das perdas na soja. E assim, “a redução do uso de insumos também poderá afetar o potencial produtivo da 2ª safra”, afirma o consultor de mercado. 

Neste cenário, a Cogo Inteligência reduziu a projeção da safra total de milho 2023/2024 para 115,8 milhões de toneladas, ante 119,7 milhões de toneladas no levantamento anterior. Assim, até este momento, a redução na produção está estimada em 13,8 milhões de toneladas, 10,6% abaixo da estimativa inicial de 129,6 milhões de toneladas, com prejuízos na ordem de R$ 12,7 bilhões. 

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