SÃO PAULO (Reuters) – A produção brasileira de soja 2023/24 deverá totalizar 151,36 milhões de toneladas, estimou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado, reduzindo em 4,3% sua projeção na comparação com o número divulgado em 8 de dezembro, considerando novas perdas pelo tempo seco.
Se o volume atual for confirmado, a Safras indica retração de 4,1% sobre a safra da temporada anterior, que atingiu recorde de 157,83 milhões de toneladas.
A queda na produção acontece mesmo com um aumento de 1,5% na área plantada na comparação anual, estimada em recorde de 45,36 milhões de hectares.
O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.550 quilos por hectare para 3.354 quilos.
“O clima irregular trouxe a necessidade de novas reduções nos potenciais de produtividade de importantes Estados produtores, com destaque para o Mato Grosso. Foram feitos ajustes negativos na área e na produtividade média esperada para as lavouras no maior Estado produtor do país”, disse a Safras em comunicado.
Além do Mato Grosso, houve redução das produtividades médias esperadas em Estados como Goiás, Tocantins e Bahia.
“O clima pouco úmido, com chuvas irregulares e temperaturas elevadas, trouxe e traz problemas importantes para as lavouras do centro-norte brasileiro. Áreas foram abandonadas e replantios foram necessários, com mudanças nos calendários de semeadura em vários Estados”, disse o analista Luiz Fernando Gutierrez Roque.
Ele ponderou que, se os meses de janeiro, fevereiro e março forem de um clima mais regular, ainda será possível ver recuperação de boa parte das lavouras, o que pode garantir produtividades ainda satisfatórias, embora inferiores às da safra passada.
Nos demais Estados, o desenvolvimento das lavouras é favorável, disse a Safras, ressaltando que “ainda é importante um clima favorável nas próximas semanas/meses para haver certa compensação das perdas dos estados do Centro-Norte em nível nacional”.
Contudo, a consultoria destacou que não há mais espaço para uma nova safra recorde nesta temporada.
(Por Roberto Samora)