No início da tarde desta quarta-feira (7), os preços da soja seguem recuando na Bolsa de Chicago, porém, de forma mais amena. Perto de 12h50 (horário de Brasília), as perdas variavam entre 5 e 6 pontos, com o março valendo US$ 11,93 e o maio de volta aos US$ 12,02 por bushel. Mais cedo, os futuros da oleaginosa chegaram a marcar baixas de até 16 pontos entre as posições mais negociadas. No complexo, o farelo segue recuando, perde mais de 1%, enquanto o óleo subia 0,8% na tarde de hoje.
O mercado devolve os ganhos das últimas sessões e cede um pouco mais, com uma busca por sua direção. Ainda no front permanecem os fundamentos e as questões técnicas que influenciam as cotações. Mais do que isso, espera pelos novos boletins de safra que chegam nesta quinta-feira (8). “Este é um dia típico de véspera do USDA em Chicago”, afirma o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
O foco sobre os relatórios permanece sobre os novos números da América do Sul, mas sem esperar – apesar das adversidades climáticas – um corte muito profundo para a Argentina, mas uma revisão nos dados do Brasil, mesmo que também conservador. “E a aposta (dos traders) é de que não haverá mudanças nos números da Argentina”, complemanta.
E apesar das expectativas para o USDA e para a Conab, estão no radar também as previsões climáticas para a Argentina. “Para a Argentina, as chuvas leves começam amanhã (08) em Buenos Aires e se espalham para outras regiões no dia 9 de fevereiro. Para o período de 10 dias, leves acumulados são indicados para La Pampa, sul de San Luis, leste de Córdoba e centro de Santa Fé. Acumulados moderados a fortes para o restante de Santa Fé, em Buenos Aires, Entre Rios, Santiago del Estero, sudoeste de Córdoba e norte de San Luis”, informa o boletim diário do Grupo Labhoro.
Complementando o cenário de pressão, há ainda o mercado se esvaziando com as notícias da China, que entra no feriado já neste final de semana. “O mercado da soja está bem lento, em ritmo de carnaval e feriado do Ano Novo Lunar. Poucos negócios reportados nesta semana”, afirma Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.
No Brasil, os preços também estão cedendo nesta semana, em especial nesta quarta diante das perdas que se observam em Chicago, já tendo caído de forma ainda mais agressiva. Ao mesmo tempo, o dólar cede e contribui para a formação negativa para os indicativos no Brasil. De acordo com um levantamento da Brandalizze Consulting, os portos chegaram a perder até R$ 3,00 por saca em relação aos preços do dia anterior. “Mas, acredito que possa haver uma recuperação de pelo menos R$ 1,00 nestas referências agora a tarde”, explica Vlamir Brandalizze, com as perdas mais amenas em Chicago.
Os novos negócios, porém, permanecem ainda bastante raros, com o produtor ainda bastante contido diante de novas vendas.