Nesta segunda-feira (18), mais uma vez o mercado da soja caminha de lado na Bolsa de Chicago. Perto de 13h50 (horário de Brasília), depois de já ter testado os dois lados da tabela com tímidas variações, os futuros da commodity subiam entre 0,25 e 1,75 ponto nos contratos mais negociados, com o janeiro sendo negociado a US$ 10,00 e o maio, US$ 10,34 por bushel.
Todavia, o mercado ainda trabalha em campo misto em alguns momentos, atuando em um cenário de notícias que já conhece e à espera de novidades. De outro lado, porém, as atenções se dão ainda ao mercado de derivados, em especial ao óleo, que recua de forma expressiva desde o início do dia.
“Na CBOT, a soja opera próximo a estabilidade, com suporte vindo de uma venda de 261,3 mil toneladas do grão norte-americano ao México. Ganhos são limitados novamente pelo recuo do óleo de soja”, informou a Pátria Agronegócios.
Os traders seguem se alinhando ao cenário de finalização da colheita americana, reta final do plantio no Brasil e demanda chinesa presente, porém, carregando incertezas mais latentes desde que Donald Trump se elegeu como novo presidente dos Estados Unidos.
“O plantio da safra de soja brasileira já supera os 80%, tendo recuperado todo o atraso do início e já estando acima do passado. No momento atual, a tendência é de uma safra recorde, com alta produtividade por hectare. Os mapas climáticos para 30 dias, que medem os índices de chuvas, mostram uma boa reserva hídrica do PR para cima, porém mostra certa deficiência em Parte de SC e RS”, explica Ginaldo Sousa, diretor geral do Grupo Labhoro.
Além disso, os traders se atentam ainda ao comportamento dos fundos investidores, ao quadro geopolítico e à volatilidade intensa no mercado financeiro.
ÓLEO DE SOJA
O mercado do óleo de soja se ajusta depois de consecutivas e fortes altas e opera em campo negativo neste início de semana na CBOT. No entanto, os futuros do derivado foram amenizando suas baixas diante de novas vendas que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou nesta segunda. Foram 30 mil toneladas de óleo para Índia e todo o volume é da safra 2024/25.
“O óleo de soja americano está barato. O óleo FOB Argentina continua subindo, dando espaço para os EUA. Nas últimas quatro semanas, as vendas passaram de 170 mil toneladas, ritmo bem acima do necessário para chegar na estimativa do USDA”, informou a Agrinvest Commodities. “Além disso, ainda correm por fora as possíveis mudanças nos mandatórios dos EUA, o que é baixista para o mercado global, o aperto global do balanço dos óleos e as mudanças do UCO (Óleo de Cozinha Usado) na China, sendo este altista para os preços”.